Por: Ricardo Gais / Repórter
Na madrugada da última sexta-feira, 2, no programa “Conversa com Bial”, o nosso governador, Eduardo Leite, assumiu publicamente que é gay. Após isso, foram vários os vídeos, stories nas redes sociais e notícias que tomaram conta da internet, só pelo fato de ele se assumir. Mas afinal, por que essa repercussão?
Em pleno século 21, com todos os avanços que a comunidade teve, facilidades e acesso à informação, onde todo mundo sabe um pouco, ou, até mesmo demais da vida do próximo, acredito que já é momento de cada um cuidar da sua vida, pois apontar os erros, as escolhas e a sexualidade do seu semelhante é fácil. Fica difícil fazer esse apontamento quando acontece com você.
Apesar das críticas e falas do tipo: “como se pode ter um governador assim?”, “onde esse mundo foi parar”, ou, “na minha época não era assim”. Essas falas são, no mínimo, ultrapassadas. Mas, quando questionamos a pessoa sobre essas falas, perguntando se é preconceituosa, ela diz que não, que aceita, mas não gostaria que seu filho, parente ou amigo assumisse sua sexualidade. Isso se chama preconceito velado, no qual o indivíduo age de forma preconceituosa, mas nega ser preconceituoso com o próximo. Um pouco confuso, ainda mais para quem age desta maneira.
Apesar das críticas, o apoio ao governador foi muito, principalmente de seu pai e mãe. Nas redes sociais, muitas pessoas parabenizaram a atitude e autoridades se manifestaram prestando apoio ao político gaúcho.
O fato ocorreu durante o período em que se celebra o orgulho LGBTQIA+. Quando Eduardo Leite proferiu a seguinte frase: “Eu sou gay. E sou um governador gay, não sou um gay governador”, em meio a tantas batalhas, foi mais um grande avanço para a sociedade, principalmente no Rio Grande do Sul, conhecido por ter um povo fechado e machista. Agora, caro leitor, eu lhe pergunto: O que mudou na tua vida após o governador se assumir gay?
É momento de nós, como seres humanos que somos, apoiarmos nosso semelhante nas suas escolhas, ou melhor, não se escolhe ser ou não ser algo, cada um nasce do seu jeito e é assim que tem que ser, viver conforme você se sente feliz, com o que lhe dá prazer, com o que te faz rir e viver. Acredito que termos uma autoridade como um governador se assumindo em público vai encorajar muitas outras pessoas a viverem suas vidas como querem, se sentirão mais leves, e aquele peso nas costas, de receio, medo, incertezas e muitos outros sentimentos ficará no passado.
Claro que temos pessoas violentas e grotescas em nossa sociedade, e não falo só dos homofóbicos, mas também daquela pessoa que bate ou machuca uma mulher, pratica violência sexual, tira a vida de alguém… São muitos os atos cruéis que vemos diariamente nos meios de comunicação e isso tem que mudar, mesmo tendo nossa autoridade máxima na política brasileira não sendo um exemplo para o País, com suas palavras de ódio e deboche proferidas ao povo brasileiro, que em meio a uma pandemia luta dia a dia para sustentar sua família ou daqueles que estão lutando pela vida em um leito de UTI.
Mas a repercussão de Eduardo Leite se assumir gay foi importante, pois só demonstra que todos somos iguais. Cada ser humano pode trabalhar, fazer um bom trabalho, viver normalmente e ser feliz, sem se importar com os outros, pois nossa passagem por este mundo é curta e é preciso viver cada segundo da forma mais intensa possível.