Início Esportes O esporte como forma de inclusão

O esporte como forma de inclusão

Aspede busca crescer no basquete
 

VAGNER CERENTINI
[email protected]

Todos os dias nos deparamos com alguma dificuldade, às vezes no trabalho, na família, no trânsito, etc. Problemas são comuns no dia a dia, muitas vezes temos que lutar para vencermos barreiras. Só uma coisa não podemos deixar acontecer, que é fechar os olhos para as pessoas que enfrentam barreiras maiores que as nossas. O simples fato de estacionar em uma vaga para cadeirantes prejudica muito quem necessita dela, e acaba tornando a rotina de Pessoas Com Deficiência (PCD) ainda mais difícil.

João Batista dos Santos Guia é técnico do time de basquete da Associação Santa-cruzense de Pessoas Portadoras de Deficiência Física (Aspede) há pouco mais de dois meses. Tem um vasto currículo no esporte, foi jogador por vários anos e é figura conhecida em Santa Cruz por ter sido campeão brasileiro pela Pitt/Corinthians.
Hoje, João Batista assumiu o time para passar um pouco de sua experiência para as PCDs que buscam a prática de esporte. “Quando cheguei à Aspede, eles já jogavam basquete, e só precisavam aprender algumas jogadas, e é nisso que treinamos.”

O time de basquete da Aspede conta com cerca de 15 jogadores e recentemente disputou o torneio da Associação dos Lesados Medulares (Leme), no Rio Grande do Sul, em Novo Hamburgo e ficou em 4º lugar. O torneio tem duração de um dia e João conta que estão buscando recursos para participar de campeonatos maiores. Também venceram há duas semanas um amistoso contra o time de Santa Maria.

Atualmente o time treina no Poliesportivo três vezes por semana, segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira, ou também no pavilhão 3 do Parque da Oktoberfest, quando o Poliesportivo está sendo utilizado para outra atividade. “Uma coisa que me chateia muito é quando não podemos treinar, já aconteceram ocasiões onde os dois ginásios estavam ocupados”, critica o técnico.

“Cada vez mais buscamos autonomia no esporte, e seria muito bom se pudéssemos não depender mais do poder público. Buscamos, através de patrocínio e também empresas, formas para que possamos crescer e ter melhores condições tanto no basquete como também na locomoção para jogarmos em outras cidades”, explica Batista.

O time de basquete da Aspede conta com cerca de 15 jogadores
 

A importância do esporte

João Batista destaca a necessidade das pessoas praticarem exercícios físicos. “Para o cadeirante o esporte é fundamental, faz bem para a saúde e o psicológico.”
“O basquete serve também de terapia, pois tira o cadeirante que está cômodo em sua casa e integra-o na sociedade, dando a ele a possibilidade de viver uma vida melhor”, afirma o técnico.

João fala da falta de oportunidades que PCDs enfrentam, e também comenta alguns projetos que existem em outros lugares e servem para incluir o cadeirante na sociedade. “Existe em algumas cidades a Academia Híbrida, que serve para PCDs praticarem exercícios. Em Santa Cruz, não temos isso em nenhuma praça da cidade, eu mesmo já mostrei este projeto para os órgãos responsáveis, mas ele não foi aprovado”, relata.

Academia Híbrida, desenvolvida para cadeirantes, já funciona em várias cidades do RS