Guilherme Athayde
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Uma cerimônia realizada no Salão Rosa, na Sede Campestre do Clube União Corinthians, em Santa Cruz do Sul, na última sexta-feira, 8, marcou a posse do novo presidente do Sinditabaco, o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco.
Walmor Thesing assume a entidade para o mandato 2024 – 2027 do Sinditabaco e do Instituto Crescer Legal – programa de aprendizagem profissional rural que trabalha com a educação de jovens do meio rural e combate o trabalho infantil em áreas com plantio de tabaco na Região Sul do país.
Com mais de 40 anos de atuação em empresas do setor do tabaco, em especial na Universal Leaf Tabacos, o novo presidente substitui Iro Schünke, que acumulou 18 anos no cargo, e teve Thesing como vice-presidente nas últimas quatro gestões.
Entre os principais desafios para a nova diretoria, Thesing elencou o fortalecimento do sistema integrado de produção, que garante a compra e a assistência técnica ao produtor, e também a resolução dos imbróglios envolvendo os dispositivos eletrônicos pra fumar, cuja comercialização, importação e propaganda são proibidos no Brasil desde 2009.
“Os resultados estão aí: 6,9 bilhões (de reais) em arrecadação de impostos no ano passado, (Santa Cruz do Sul) o terceiro município que mais arrecadou. Isso mostra a pujança do setor. A questão de defender a regulamentação dos déficits aqui no Brasil, que são os dispositivos eletrônicos de fumar, isso é um grande desafio que temos. Temos hoje uma grande articulação entre a representação dos produtores, as entidades como Sinditabaco, Abifumo (Associação Brasileira da Indústria do Fumo) e os políticos que nos apoiam, e a proteção da cadeia produtiva do tabaco”, destacou.
Impedir a penalização da cadeia produtiva através de mais impostos também é um dos objetivos do novo presidente do Sinditabaco. Em entrevista durante o jantar de posse da nova diretoria, Thesing destacou que, quanto maiores os impostos que incidem sobre o produto, maior é a perda de receitas através da falsificação de cigarros.
“O produto final já tem de 70 a 90 por cento de impostos. E o governo, com a reforma, quer aumentar mais ainda. O pessoal da Abifumo está trabalhando fortemente nisso, e tentando sensibilizar o governo para que cada percentual que aumentarem de imposto no que já temos hoje, nós vamos ter no aumento do comércio ilícito, que vem em prejuízo de todos: das empresas, dos empregados, do governo, que deixa de arrecadar em impostos”.
Desde 1º de novembro, o consumidor sofre com um novo aumento na alíquota mínima de impostos na comercialização de cigarros maço e box, que passou de R$ 1,50 para R$ 2,25. Desde setembro deste ano, o preço mínimo do cigarro passou de R$5,00 para R$6,50, valor que é ainda maior quando o usuário escolhe pagar com o cartão, já que muitos comerciantes repassam a taxa da máquina de cartões para o comprador, prática que até 2017 era considerada abusiva e ilegal.
Expectativa positiva para a safra 2024/2025
Em reunião com entidades que compõem a Câmara Setorial do Tabaco no início do mês de novembro, os números da safra atual do tabaco foram apresentados pelo presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil, Marcilio Drescher. Segundo a projeção do novo presidente do Sinditabaco, Walmor Thesing, a safra 2024/2025 deve apresentar crescimento em torno de 6% no número de produtores, em relação à safra anterior. O crescimento também é de cerca de 7% na área plantada, e mesmo com o excesso de chuvas e enchentes que atingiram o Sul do país em 2024, a produtividade deve se manter estável.
“Nos últimos três anos tivemos uma perda em função do clima. Passamos por duas secas, e esse ano, as chuvas. Mas mesmo assim, devido aos programas do setor e orientação aos produtores, conseguimos minimizar, mas tivemos perda de volume e qualidade esse ano, mas os números de exportação estão mostrando que estamos indo bem. Para a próxima safra, a expectativa é muito boa de retomarmos a produção mediana que tivemos na última década”.
Nova diretoria do Sinditabaco – Gestão 2024 – 2027
Presidente: Valmor Thesing
Vice-presidentes: Cristina Quatke, Edenir Gassen, Jorge Guilherme Struecker, Paulo Cezar Favero, Roberto Naue e Vilson Peiter
Suplentes: Alcindo Luiz Glesse, Cleber da Silveira, Eduardo Renner, Elton Delcio Jacobs, Erasmo de Moura e Miqueline Maske
Nova Diretoria Instituto Crescer Legal
Presidente: Valmor Thesing
Diretor Vice-presidente: Paulo Cezar Favero
Diretor Administrativo: Vilson Peiter Diretor Financeiro: Marcus Beus