Jéssica Ferreira
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Sair da sua zona de conforto e doar nem que sejam poucas horas do seu tempo para fazer o bem a pessoas que nem se quer conhece, de fato é fortalecer esperanças para uma sociedade melhor. O trabalho voluntário vem assumindo um papel expressivo entre os cidadãos. Isto é, qualquer ação sem nenhuma intenção em troca, ou melhor, apenas buscando fazer o bem, é uma das atitudes mais nobres que engrandece à humanidade.
É desta forma, que em cada cantinho do Brasil – mesmo em meio a tantas tragédias, tristezas e decepções –, existem pessoas que não só realizam o bem, mas como também se destacam fazendo à diferença com pequenos gestos. Em Santa Cruz do Sul essa mesma vontade em colaborar para uma sociedade melhor, também conta com pessoas incríveis. Bem como já abordamos nas demais edições do Riovale Jornal, vários exemplos e iniciativas de santa-cruzenses. Porém, hoje destacamos um grupo que completou um ano de existência, mas que em menos de 365 dias recebeu centenas de sorrisos em cada ação realizada.
Quem conhece os voluntários do Grupo de Apoio Lótus, sabe bem que para eles não tem tempo ruim. Pelo contrário, a dedicação de cada um está voltada em colher os mais sinceros sorrisos, que na maioria das vezes são desconhecidos por muitos, ou então, aqueles que há tempos não resplandecem nos rostos. Uma simples visita no asilo, por exemplo, desperta emoções aos vovôs e vovós que muitas vezes traduzem em seus olhares sentimentos de abandono, carência ou solidão.
“Ao realizar visitas assim, só pensamos em tornar aquele momento o mais especial possível. Sentamos para conversar, dando atenção e ouvidos a tudo que eles têm a dizer. São realizadas atividades diferentes com eles, para animá-los e dar-lhes carinho. As vovós têm direito até de tratamento especial com manicure”, (risos) comenta Michel Anton, voluntário do grupo.
Criação
O Grupo de Apoio Lótus, ou simplesmente “GAL”, foi criado em 23 de abril de 2015, onde em seu primeiro momento, contou apenas com seis integrantes, mas que hoje, soma-se 50 voluntários. O GAL foi uma iniciativa criada com um único intuito: fazer a diferença em nossa cidade. Ou seja, desde seu princípio, visa realizar projetos e atividades dentro da comunidade, tais como ações com pessoas carentes, visitas aos asilos e orfanatos, campanhas de arrecadações e motivações, entre outras.
Mas voltando a falar sobre a criação do grupo, a primeira coisa que vêm em mente é este tão diferente nome: Lótus, uma flor com uma história diferente. Na verdade, é uma planta nativa da Ásia que produz flores grandes e muito lindas, que podem ser brancas, rosadas ou amarelas. Contudo, é uma planta que só nasce em locais feios, como em lamas e lodos – mas mesmo assim, não deixa de dar brilho a um local, cujas características são ruins.
“É uma missão. O grupo é associado a uma metáfora –, consideremos o GAL como a flor de Lótus, que mesmo em meio aos lugares feios que nasce, ressalta sua beleza. Assim, o grupo procura levar o bem e a esperança a uma sociedade problemática”, explicou Michel.
Sendo assim, O GAL segue seus objetivos de acordo com a bela história da flor de Lótus – sem se limitar a nada, pelo contrário, traça caminhos contribuindo de alguma forma na construção de uma sociedade melhor.
Solidariedade para todos
Os voluntários do grupo dedicam-se a ações sem quaisquer fins lucrativos, sempre buscando o que não está bom, ou ao menos, trabalhar para que possa ficar melhor. Algumas ações de solidariedade são realizadas, como o roupeiro instalado na rua, que permitia qualquer pessoa pegar ou doar roupas. A ideia foi implantada no ano passado e que repercutiu como modelo em todo o estado. Algo simples, mas que chamou à atenção de muitos.
Não deixe o livro esfriar
Quem passou alguns dias atrás pela Praça Getúlio Vargas, possivelmente notou que havia algo diferente ali. Uma nova iniciativa do GAL implantou por 15 dias uma geladeira “moderna”, na qual o principal alimento era o conhecimento.
Na parte interna da geladeira, continha livros de vários conteúdos, desde literatura a didáticos e até mesmo enciclopédias. A ideia baseava-se no incentivo à leitura, uma vez que qualquer pessoa poderia contribuir realizando doações, ou então, quem se interessasse por algum, poderia levá-lo consigo sem precisar pagar ou devolver.