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Voluntariado: Data a quem se dedica a nobres causas

Voluntários procuram auxiliar outras pessoas e se contentam com um sorriso ou simples agradecimento como recompensa

Luciana Mandler
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Fazer o bem sem esperar algo em troca. Esse é o principal objetivo do voluntariado. O termo define a pessoa que exerce atividade não remunerada em uma instituição privada sem fins lucrativos. Ou seja, um trabalho feito com amor, carinho e dedicação, sem retorno financeiro, porém que recompensa de maneira ímpar. Só quem é voluntário conhece o bem que esse retorno oferece, seja em um sorriso, um agradecimento ou até um simples olhar emocionado.


São tantas as pessoas e entidades que se dedicam a praticar o bem de forma incansável, nas mais diversas formas. Cada uma tem seu papel. Auxiliam quem se encontra em vulnerabilidade social ou apoiam o desenvolvimento econômico ou lutam pela inclusão de pessoas com deficiência. Há ainda aqueles que se dedicam ao esporte e lazer. Não importa. Independente da função que desempenham de forma voluntária, no coração o desejo é o mesmo: ajudar, melhorar e fazer a diferença na vida do próximo.


O Dia Nacional do Voluntariado é celebrado em 28 de agosto, ou seja, neste domingo, numa homenagem a todos que destinam parte do seu tempo para uma causa tão nobre. O trabalho voluntário surgiu como forma da sociedade civil exercer a cidadania, contribuindo para o bem comum e os interesses coletivos. O Riovale reuniu quatro histórias que ilustram as ações de inúmeros voluntários espalhados pelo mundo.

Transformar o olhar para todas as pessoas
“Ser voluntário é poder contribuir e dividir conhecimentos e experiências, conhecer pessoas, ajudar o próximo e compartilhar amor. É transformar o seu olhar para todas as pessoas e o mundo em que você vive.” Assim é que Lucinéia Dornelles, presidente da Luz Azul Associação Pró-Autismo de Santa Cruz do Sul enxerga o voluntariado. Professora, ela se dedica à nobre causa desde janeiro do ano passado, quando iniciou a gestão junto à entidade.


Para Lucinéia, é muito gratificante dividir com outras pessoas os conhecimentos e experiências que adquire sobre o autismo. “É muito bom ouvir, ao final de uma palestra ou roda de conversa: ‘Tudo o que tu falaste faz muito sentido’. Acalentar, auxiliar uma mãe com diagnóstico recente a começar a entender o autismo e ajudá-la a compreender melhor o/a filho/a é maravilhoso”, atesta.


A maior recompensa de ser voluntária, segundo a professora, é receber o carinho e a gratidão das pessoas. “É gratificante saber que estou fazendo a minha parte na sociedade. Por meio do voluntariado, tenho a grande oportunidade de exercer meu papel como cidadã, que é desempenhar um papel ativo na transformação da sociedade, e nada melhor do que doar o meu tempo para lutar por essa causa que vivo no meu dia a dia”, completa.

Lucinéia, presidente da Luz Azul (Crédito: Arquivo Pessoal)

É fundamental dedicar parte do tempo ao bem comum
Exercer um cargo de grande responsabilidade já é um desafio. Imagine quando isso ocorre de forma voluntária. Há oito anos, Ricardo Fernando Bartz, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz do Sul, atua como voluntário. À frente da entidade desde janeiro do ano passado, já atuou anteriormente em outras funções da diretoria. Ou seja, desde 2014 pratica o voluntariado.


Ricardo já atuou em outras frentes de forma voluntária e atualmente, além da CDL, também é delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis, vice-presidente da Oktoberfest e diretor de Crescimento e Expansão da Federação Varejista do Rio Grande do Sul. Para o empresário, o voluntariado é algo natural. “Diria que é um dom”, descreve. “A prática do voluntariado é uma forma de tornar o mundo melhor. Em diferentes esferas, é fundamental a existência de pessoas que doam e dedicam parte do seu tempo para o bem comum. Isso porque está ajudando a construir uma comunidade melhor”, sublinha.

Ricardo, presidente da CDL Santa Cruz (Crédito: Divulgação/CaseMKT)

Voluntariar é doar-se e estender apoio emocional

Desde 2013, Naira Lisane Zanette é voluntária no Centro de Valorização da Vida (CVV). Ela é porta-voz da entidade e auxilia na administração como um todo, ou seja, onde for necessário, além de atender no telefone 188. Para ela, ser voluntária a faz refletir.


“Difícil responder de certa forma, pois é uma doação que fazemos do nosso precioso tempo ao estender um apoio emocional através de uma linha telefônica”, pontua. “Estar presente na hora da dor de alguém que nem conheço e dizer ‘eu estou aqui’, estar presente mesmo na distância e ficar atenta para acolher, dar o meu melhor e escutar com o coração, é imensurável”, enfatiza.


Em meio as escutas, lições são aprendidas. “Ajudar sem saber a quem isto é tão único e geralmente as pessoas agradecem de alguma forma, dizendo que a acolhida a auxiliou muito. Isto não tem preço”, reforça Naira. “Me sinto muito feliz quando a pessoa diz ao desligar: ‘Você me ajudou e estou muito melhor. Muito obrigado’. Fico a pensar que certamente a dor dessa pessoa era intensa”, reflete.

Naira, porta-voz do CVV (Crédito: Nascimento MKT)

Fazer algo diferente proporciona felicidade
José Roberto Kappaun é coordenador da Liga de Integração do Futebol Amador de Santa Cruz do Sul (Lifasc). Desde 2012, quando foi convidado para assumir como tesoureiro – função ocupada por sete anos –, tem se envolvido com o voluntariado. Também já foi coordenador-adjunto (vice-presidente) por dois anos e há sete meses está no cargo máximo do comando da entidade.


Na Liga, a maior recompensa que tem ao exercer seu papel é ver a disciplina de todos e a união. “Somos uma família. Temos um grupo muito bem organizado, onde sempre um ajuda o outro para resolver tudo de forma conjunta”, conta. “É gratificante ver a união e o respeito pelas opiniões que cada um tem, de cada clube”, frisa. Ao falar sobre o voluntariado, Zé, como é mais conhecido, salienta: “Jamais você poderá só trabalhar. Você precisa fazer algo diferente na sua vida. Isso só vai trazer alegria e felicidades.”