A pandemia ensejou para nós muitas mudanças a partir da decisão de reorganizar as memórias. Em vez de lamentar as perdas, decidimos convertê-las em novas plataformas e salvá-las. O primeiro passo foi arrumar o equipamento de som para poder ouvir os discos de vinil e recuperar o som dos tempos antigos. Que emoção poder voltar a bailar com as melodias de outrora. Nos transportamos para aqueles tempos em que a alegria era companhia diária, e a música inspirava nossas vidas.
Incrível como a música recupera a história, a gente embarca nas melodias e se deixa conduzir pela memória de um tempo de cujas emoções renascem as mais belas lembranças.
Se por um lado a pandemia trouxe tantos sofrimentos para as pessoas, por outro também oportuniza possibilidade de mergulhar nas perdidas memórias e eternizá-las através das novas plataformas digitais.
Poder-se deliciar, entre outras, com as melodias de Franck Pourcel, Billy Vaughn, Velhinhos Transviados, Al Hirt, Apache Bebert Ledure (que abria as sessões de cinema nos Cines Victória e Apolo em Santa Cruz), as músicas alemãs com Gus Backus (Ich hab´mein Herz in Heidelberg verloren), Fredy Quinn e as canções saudosas da Alemanha, Canções Natalinas, Boleros em Surdina, o conhecido conjunto Os Futuristas (que ainda anima programas em rádios que tocam música popular), Carnaval, Love Story, Conjunto Barbarela, Conjunto Caravelli, os Beatles, Pink Floyd, Rolling Stones, e muitos outros.
Estou pilotando as minhas memórias que foram criadas no vinil, misturando-se com cultura cool, que resiste ao tempo e alcança outras plataformas como o spotify.
O tempo acomoda as coisas e lhes dá o formato que atravessa as circunstâncias e ressurge numa outra época, surpreendendo pela beleza e magia.