Uma mãe – que pediu para seu nome não ser revelado – aos prantos me contou que seu filho está exigindo sua parte na herança. Ele quer ser livre e dono do próprio nariz! Na hora eu lembrei de ter lido certa vez sobre o menino de 12 anos que subiu no sofá, colocou a mão na cintura e perguntou ao pai: “Pai, quando eu ficar dessa altura, como é que você vai fazer para eu lhe obedecer?”.
Vivemos hoje uma crise de autoridade, principalmente nas famílias e nas escolas. Há jovens que não querem se submeter a ninguém. Parece que “botaram banca de adultos” e jogaram as regras para o alto. Mas será que esses jovens já nasceram rebeldes e mal educados ou foram seus pais que negligenciaram a sua educação?
Grande parte dos jovens de hoje se encontra em uma situação em que ninguém os ouve, ninguém os compreende, ninguém os consola… Simplesmente cresceram assistindo os pais atolados de trabalho numa busca desesperada pela sobrevivência que parecia jamais ter fim. Dessa forma não se abriram e nada contaram a respeito de sua vida aos pais.
Talvez por isso, os índices de depressão, frustração, descontentamento, solidão, confusão e infelicidade na adolescência aumenta a cada dia. Pesquisas mostram que cerca de 20% dos estudantes do ensino médio sentem-se profundamente infelizes ou têm algum tipo de problema emocional. A causa? O mundo moderno está se tornando cada vez mais complexo, competitivo e exigente, e muitos adolescentes têm dificuldades quando se deparam com várias situações novas e pressões sociais.
Aí eu pergunto: A humanidade está realmente evoluindo ou a coisa caminha de mal a pior? Que avanços são esses que tornam nossos jovens irrealizados, infelizes e oprimidos e fazem em “frangalhos” famílias inteiras? Somos máquinas ou gente de carne e osso?
Portanto, se num certo momento de sua vida seu filho parou de conversar e se abrir com você, pare para ouvi-lo agora. Quem sabe ele queira compartilhar suas experiências pessoais com a pessoa mais significativa em sua vida?