Dilma, apesar de dizer que não acredita na divisão do país, terá pela frente a difícil missão de “colar” uma nação cortada ao meio. Enquanto os eleitores do Norte e Nordeste optaram por ela, os do Centro-oeste, Sudeste e Sul seguiram em direção contrária e votaram em Aécio. O que levou internautas radicais a compartilharem mapas do Brasil divididos entre o azul (PSDB) e o vermelho (PT).
Em São Paulo, o deputado tucano Coronel Telhada sugeriu: “Mais quatro anos de corrupção e de desgoverno para o Brasil. Acho que chegou a hora de São Paulo se separar do resto desse país”. E Romeu Tuma Júnior, ex-secretário de Justiça no Governo Lula, publicou no Twitter uma imagem do Brasil dividido por meio de um muro (semelhante ao muro de Berlim) e escreveu: “Vamos respeitar os eleitores do PT e mandar a Dilma só para eles”.
Mas quem pegou pesado mesmo foi a vereadora norte-rio-grandense Eleika Bezerra ao sugerir a divisão entre Brasil e “Nova Cuba”, deixando de fora Minas Gerais, que seria “implodido para a construção de um lago”.
Peraí! Se analisarmos melhor os números do TSE concluiremos que pintar o mapa do Brasil de azul e vermelho não corresponde à realidade das urnas, já que não foram só os 24 milhões de votos do Nordeste e dos estados amazônicos que elegeram a presidenta. O Centro-oeste, Sul e Sudeste deram a ela quase 30 milhões de votos. Mais da metade de sua votação.
Então, não dá para crucificar os nordestinos e os nortistas! A vitória folgada obtida no Nordeste garantiu a reeleição petista (a diferença foi de 12 milhões). Isso é verdade! Porém, mesmo que Aécio tenha conseguido uma vantagem de 5 milhões no Sudeste, não se garantiu em seu próprio estado, Minas Gerais. E o restante do país também não ajudou.
Por isso, sou obrigado a reconhecer que Dilma Rousseff foi reeleita por todos os brasileiros e que não há dois “Brasis”, um vermelho e um azul, e, sim, um misturado, de cor roxa. Espero que ele não fique preto!