A Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp) lançou, no último sábado, dia 8, o projeto do Geoparque do Vale do Rio Pardo. A iniciativa, que favorece a pesquisa científica internacional na área de paleontologia também criará uma nova referência econômica na área do geoturismo da região. Agora, para que de fato seja instalado o geoparque, região precisa cumprir as etapas estabelecidas pelo Ministério do Turismo para a conclusão do projeto.
Conforme o presidente da Aturvarp, Djalmar Marquardt, além de abrir um leque infinito de projetos na área da pesquisa científica, o geoparque irá criar novos mecanismos de desenvolvimento econômico e social para a região. Localizada nos municípios de Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Vale do Sol, Passo do Sobrado, Vale Verde, Rio Pardo e Candelária, a formação geológica que dá sustentação ao Geoparque, permitirá o aproveitamento do seu potencial nas áreas científica, educacional e turística. “Será uma grande oportunidade de desenvolvimento por meio da paleontologia e a criação de rotas para o geoturismo regional”, pontua.
Marquardt explica que com o lançamento do Geoparque do Vale do Rio Pardo, a partir de agora os municípios que estão em sua faixa geológica precisam aderir ao projeto, para a elaboração e cumprimento das fases de instalação do empreendimento. “O processo é formado por quatro principais etapas: a conscientização, realizada neste momento, elaboração do projeto técnico, submissão do estudo para o reconhecimento e o credenciamento junto a Unesco, órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), para certificação do geoparque.”
Para o geólogo Enoir Greiner, conhecedor do potencial paleontológico da área, a região sai na frente ao contar com a iniciativa da Aturvarp em capitanear a proposta. “Esta é uma das formas de viabilizar a instalação. Como já existe uma entidade capaz de gerir e coordenar estas ações, um grande passo foi dado na efetivação do empreendimento”, define.
O prefeito de Candelária Nestor Ellwanger destaca a relevância do tema para o município, uma vez que há quase 90 anos são realizadas pesquisas paleontológicas em Candelária. O município é referência internacional no tema, e orgulha-se de ter sediado o lançamento do projeto. “Tudo que envolve turismo e paleontologia tem a nossa atenção e interesse. Estamos muito felizes por conta do lançamento deste geoparque em meio às comemorações de 98 anos de Candelária, completadas no último 7 de julho”, pontua o chefe do Executivo.
Segundo o professor doutor Felipe Lima Pinheiro, pesquisador da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), parceira na elaboração inicial do projeto, reforçou a relevância do ato para a região. “Trata-se de um projeto que é difícil de ser compreendido, especialmente por quem não é da paleontologia. No entanto, o Geoparque do Vale do Rio Pardo será muito importante para a pesquisa e para o turismo regional”, avalia.
Adesão dos municípios é o próximo passo
Dentro do cronograma de implementação do geoparque na região, o próximo passo é a adesão voluntária dos municípios participantes. “Isto será fundamental para que possamos fazer os orçamentos e verificarmos qual é a demanda de recursos necessária para fazer frente às necessidades do projeto”, explica o presidente da Aturvarp, Djalmar Marquardt.
O custeio para criação da estrutura administrativa e a viabilidade para o estudo técnico do geoparque – condições impostas para o reconhecimento internacional – deverão ser rateadas, pelo menos nesta fase, pelos municípios participantes. “A captação de recursos para estudos e ações voltadas à paleontologia ocorrerá quando o tivermos a certificação do geoparque”, pontua.
Além das cidades localizadas na faixa geológica que tem potencial para criar o geoparque, municípios vizinhos e até mesmo de outras regiões, mas que têm potencial histórico e paleontológico, poderão ingressar no projeto, ampliando os limites do geoparque regional. “Hoje estamos chamando de Geoparque do Vale do Rio Pardo, mas até mesmo este nome poderá mudar no futuro. Tudo dependerá da adesão voluntária dos municípios”, complementa o presidente da Aturvarp.