Às vezes nos perguntamos por que é tão difícil ser transparente. Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero e não enganar os outros. No entanto, é muito mais que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que sentimos. É desnudar a alma, deixar cair as máscaras e baixar as armas. É destruir os imensos e grossos muros que insistimos em levantar. É permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche e transborde.
Infelizmente, a maioria de nós decide não correr este risco. Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda nossa fragilidade humana. Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam da profundeza do nosso ser. Preferimos nos perder na busca insensata por respostas imediatas a simplesmente admitir que não sabemos todas as respostas, que somos frágeis, que temos medo. E vamos nos afogando mais e mais em palavras, atitudes e sentimentos que não condizem com nosso verdadeiro eu.
Não porque sejamos pessoas falsas, mas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso. Aprendemos que nos mostrar com transparência é sinal de fraqueza, é ser menos do que o outro.
Precisamos aprender a deixar nossa razão ouvir nosso coração. Pois somente assim vamos evitar muita dor. Expor a nossa fragilidade aos amigos e amores jamais será sinal de fraqueza. Procuremos, pois, de forma equilibrada, não prender tanto o choro, não conter a demonstração da alegria, não esconder tanto nossos medos e aflições.
Enfim, abandonemos a ideia de desejarmos parecer tão invencíveis.