Ricardo Gais
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A vacinação contra a Covid-19 iniciou no mês de janeiro em Santa Cruz do Sul para o público-alvo da Campanha Nacional de Vacinação, idosos acima de 80 anos e profissionais da saúde. No entanto, o ritmo para imunização ainda é lento, devido às poucas doses disponíveis e a dificuldade na aquisição de novas vacinas por meio do Ministério da Saúde. Com isso, o vírus acaba se espalhando rapidamente, ocasionado o aumento de pessoas que necessitam de um leito de UTI, o que gera lotação das casas de saúde.
Até o fechamento desta edição, 8.703 pessoas já haviam recebido a primeira dose da vacina e apenas 3.267 receberam a segunda. A campanha de vacinação avança a passos lentos, pois as remessas dos imunizantes chegam de forma escalonada, ou seja, a cada semana chegam lotes com poucas unidades. Conforme Mariluci Reis, coordenadora da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), no momento não há outra maneira para aquisição de mais vacinais. “A gente depende ainda do Ministério da Saúde, mas já existem reuniões de planejamento para compra de imunizantes através de consórcios de municípios e Estado. No entanto, o processo é lento”, disse.
Na quarta-feira, 10, uma nova remessa, com 6.490 doses de vacinas contra a Covid-19 da Coronavac, do Instituto Butantan, chegou à região. Para Santa Cruz do Sul foram destinadas 2.350 doses. Dessas, 570 são para completar a vacinação de pessoas com 80 anos ou mais. Outras 1.470 doses serão para iniciar a vacinação de pessoas de 75 a 79 anos – com a primeira dose. As demais doses, 310, serão destinadas para trabalhadores da área da saúde.
Sobre ampliar a vacinação para pessoas mais jovens, devido estarem suscetíveis ao vírus por circularem mais na rua, Mariluci comenta que deve ser seguido o plano de imunização e é preciso aguardar. “Percebemos que muitas pessoas jovens começam a ser internadas por causa da Covid, mas temos que aguardar o plano de vacinação. Também não temos expectativas para uma imunização em massa e já gostaríamos de estar com 100% do primeiro público-alvo vacinado”.
No Município, as casas de saúde referência, como Hospital Santa Cruz e Ana Nery trabalham com os leitos de UTI lotados e pacientes aguardam por uma vaga. No Hospital Ana Nery, conforme última atualização, a lotação já passa dos 500% de todos os leitos disponíveis na estrutura. Já no Hospital Santa Cruz, a ocupação chega a 100%.
Uma forma de reduzir a ocupação dos leitos, é agilização do processo de imunização, com a disponibilidade de mais doses de vacinas de outras farmacêuticas, além da produção em massa das já disponíveis no Brasil. No entanto, as empresas responsáveis ainda se adequam para que isso ocorra. “Esperamos que exista um aumento da disponibilidade de vacinas, para poder controlar ou estabilizar essa pandemia que se agrava a cada dia mais no nosso Estado. Estamos preocupados com os hospitais lotados, mas vamos ter que aguardar pelas vacinas”, destaca a coordenadora.
APLICAÇÃO DE VACINA
A partir desta sexta-feira, 12, o Município começa a aplicação da primeira dose da vacina contra o Covid-19 em pessoas acima dos 77 anos. A aplicação vai ocorrer no Parque da Oktoberfest, Hospital Ana Nery, Supermercado Big e nas unidades de saúde.
O Município também está em tratativas para poder realizar a compra de mais vacinas. Conforme a prefeita Helena Hermany, a Câmara de Vereadores já se colocou à disposição para auxiliar com recursos na aquisição das doses. Além disso, deputados também sinalizaram apoio. O que falta no momento é o insumo: doses de vacinas. “Já estamos nos credenciando se houver uma possibilidade”, reforçou.
Segundo Helena, há três frentes de vacina: junto ao Cisvale em que foi enviado o termo de adesão da Famurs; a Agecompi; e ainda a frente nacional dos prefeitos.
