Ana Souza
[email protected]
A vacinação contra a Poliomielite foi prorrogada até o dia 5 de julho em nível estadual. Crianças de 6 meses até 5 anos devem receber as gotinhas contra a doença, mesmo as que estão com o calendário vacinal em dia. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite encerrou no dia 21 de junho, mas o Ministério da Saúde recomenda aos estados e municípios que não atingiram a meta a prosseguirem com a mobilização. O balanço parcial divulgado na quinta-feira, 27, indica que 11,3 milhões de crianças entre seis meses e menores de cinco anos foram imunizadas contra a doença em todo o país, o que corresponde a 87,6% do público-alvo, formado por 12,9 milhões de crianças. A expectativa é chegar 95%, ou seja, 12,2 milhões de crianças.
Em 2013 está sendo realizado o 34º ano da Campanha Nacional contra a Poliomielite, sendo o 24º ano sem a presença da doença em nosso país. Conforme a Coordenadora do Programa Municipal de Imunizações, enfermeira Raquel Emmel Lopes, da meta de 95%, Santa Cruz do Sul atingiu, até o dia 26, o índice de 93,32%, ou seja, de 5.943 já foram imunizadas 5.837. “Os pais, que ainda não levaram os filhos para se vacinar, podem procurar os Postos de Saúde. É importante que levem junto a Carteira de Vacinação para que seja conferido se o quadro vacinal está em dia”, explica.
No Rio Grande do Sul de 601.135 crianças, receberam a dose 544.280, ou seja, 90,5% do esperado. A vacina é o único meio de prevenção à doença, uma vez que não existe tratamento. A poliomielite ou paralisia infantil é uma doença infecciosa altamente contagiosa provocada pelo poliovírus. Ela entra no organismo pelo intestino chegando a corrente sanguínea, por onde é conduzida até o cérebro. Quando atinge o sistema nervoso, a doença destrói os neurônios responsáveis pela atividade motora, provocando assim a paralisia.
NÚMEROS SATISFATÓRIOS
Apesar da meta ainda não ter sido atingida na maioria dos estados, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, Carla Domingues, considera os números da campanha satisfatórios até o momento. “Esses dados ainda são preliminares e, só depois de consolidados, o Ministério da Saúde terá um panorama real da cobertura em todo o país”, observou.
A coordenadora reforça a necessidade de manter a alta cobertura vacinal que ajudou a erradicar a doença no Brasil. “Quem ainda não conseguiu levar o filho para tomar as duas gotinhas, deve procurar qualquer unidade de saúde. É importante a conscientização dos pais sobre a importância desta imunização para que possamos manter o Brasil livre da pólio”, alertou.
O último caso registrado de poliomielite no Brasil foi em 1994, e desde então, o país mantém o certificado emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de erradicação da poliomielite. A aplicação das gotinhas permite também a disseminação do vírus vacinal no meio ambiente, ajudando a criar a imunidade de grupo, reforçando a proteção coletiva em todas as crianças.
_____________________
Números preliminares
De acordo com os números preliminares informados pelas secretarias de saúde até às 10h do dia 27, dois estados já atingiram a meta: Acre (97,3%) e Roraima (96,7%). Os outros estados com as maiores coberturas vacinais são: Rondônia (94,8%); Santa Catarina (93,6%); Rio de Janeiro (93,5%); Goiás (93,5%); Paraná (92,8%); Maranhão (92,3%); Sergipe (91,6%) e Rio Grande do Sul (90,5%).
Rolf Steinhaus
Vacina é o único meio de prevenção à doença, pois não existe tratamento