Bilionários começaram a promover viagens ao espaço, com um número muito restrito de participantes, além de serem viagens muito curtas, de alguns minutos. A ideia é, aos poucos, introduzir o turismo espacial.
Em artigo, o filósofo Jelson Oliveira afirma que uma das viagens, realizada no dia 20 de julho, “é um símbolo contundente da falência da utopia política”. Para o filósofo, os bilionários não colocam como prioridade os possíveis benefícios da corrida espacial: “O que está em jogo é o que esses bilionários deixam para trás: um planeta degradado, milhares de pessoas morrendo de Covid-19, países inteiros sem acesso à vacina, extinção das espécies, aquecimento global e, sobretudo, fome e miséria, acompanhadas das doenças mais antigas da humanidade”, escreveu Jelson Oliveira.
Para Oliveira, na corrida espacial dos famosos bilionários, há uma tentativa de abandonar um planeta castigado por diversos problemas, no sentido de desfrutar de um novo tipo de turismo (que poderá ser muito lucrativo para esses megaempresários).
De fato, o posicionamento do filósofo é bastante coerente, na medida em que percebe a desigualdade social como um fator real da humanidade. Afinal, enquanto muitos sofrem com precariedades, outras pessoas desfrutam do melhor da vida, e às vezes, alguns pouquíssimos têm acesso às maiores maravilhas (como é o caso em questão).
Não é um tema tão fácil de definir, pois vivemos em uma sociedade capitalista, onde dinheiro investido, em muitos casos, representa geração de empregos. Geração de empregos é uma forma de combater a pobreza e a desigualdade. Claro, o capitalismo não busca uma sociedade ideal, mas sustenta a vida de muita gente.
Certamente, quando bilionários famosos e outros empresários fazem seus investimentos, eles estão gerando oportunidades. Mas a utopia continua muito distante, e é preciso que os governos intervenham com programas sociais e econômicos para diminuir a pobreza.