Início Geral Uma volta à infância no Museu do Colégio Mauá

Uma volta à infância no Museu do Colégio Mauá

Fotos: Ana Souza
Autorama foi inventado na Inglaterra em 1956

A atividade de brincar é essencial para o desenvolvimento infantil. Auxilia na formação e socialização, além de desenvolver diversas habilidades. As crianças expõem seus sentimentos, aprendem, reinventam e se movimentam. Foi com esse propósito que o Museu do Colégio Mauá, Rua Marechal Floriano, 274, reabriu ao público na tarde de quinta-feira, 10, a exposição temporária Brincar é Coisa Séria. O horário para visitação é de terças a sextas- feiras, das 14 às 17 horas. Os grupos devem agendar pelo telefone (51) 3715-0496. Ingressos ao custo de R$ 4 para o público em geral, e estudantes e aposentados, R$ 2.


Quem for visitar o acervo irá reviver os tempos de infância, inclusive ver brinquedos que, modernizados, fazem parte da atualidade. O espaço traz bonecas de porcelana, celuloide, papel e plástico, casinhas, bercinhos, jogos de tabuleiro, autorama, carrinhos, quebra-cabeças, livros, entre outras peças. São brinquedos de diferentes épocas, do século 19 aos dias atuais. Entre os exemplares uma boneca que atravessou os tempos. A Barbie, vinda do Japão no ano de 1962, é original, assim como a caixa e o traje. E qual menino que não se empolga com uma pista de autorama? Também pode ser visitada no Museu do Mauá. O brinquedo foi criado na Inglaterra em 1956, com pista de 48 metros de comprimento.

Barbie: a boneca que apaixona as meninas por gerações. O modelo de 1962 veio do Japão


E a delicadeza fica por conta das casinhas de bonecas com detalhes que encantam. Uma delas, inclusive iluminada, datada de 1938, foi executada por Gustavo Stenzel e Alberto Dick para presentearem no Natal a pequena Cornélia. Um carrinho de boneca também chama a atenção pela riqueza de detalhes. Pertenceu a Dorothea Maria Eick, início do século 20. Um ursinho de pelúcia, anos 30, chamado Pequeno Ursinho, era símbolo da Alemanha. O brinquedo exposto pertenceu a Lilia Rose.

O vice-diretor do Mauá, Mártin Goldmeyer, a diretora do Museu,
Maria Luiza Rauber Schuster e o diretor do educandário, Nestor Raschen, próximos de um brinquedo que perdura até os dias atuais, o Jogo de Xadrez


O tema faz alusão ao dia 21 de março, Dia Mundial da Infância, criado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Uma reflexão sobre as condições de vida das crianças do mundo e que elas têm o direito de brincar, ter uma infância saudável e feliz. “Nosso objetivo é fazer um resgate sobre a importância do brincar. Uma viagem pelo tempo e que nos faz lembrar que brincar é coisa séria e que forma o nosso caráter e as relações da criança com o mundo. São brinquedos que marcaram a infância de muitas crianças. Brincar oportuniza muitos aprendizados levados para a vida adulta. Alguns faziam seus próprios brinquedos, outros mais caros vinham da Europa, fora do Brasil, pois em nosso País foram fabricados a partir de 1937, com a instalação da primeira indústria”, destacou a diretora do Museu, Maria Luiza Rauber Schuster.


Valorizar o brincar. Foi esse o objetivo da iniciativa, frisou o diretor do Mauá, Nestor Raschen. “Enquanto que não havia indústria de brinquedos, eles eram fabricados por alguém da família. Os pais e tios presenteavam as crianças em ocasiões especiais. Sabemos o quanto o brincar é importante para a constituição do ser humano. Ver a história dos diferentes brinquedos e o empenho das famílias é emocionante. Queremos fazer um contraponto sobre a era digital e mostrar que o brinquedo físico ainda é importante”, destacou.

Ana Souza
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