O Brasil é governado atualmente por uma mistura liberal-conservadora, que, até 2022, conta com a oportunidade de mostrar seu trabalho, para ver se receberá a aceitação popular e se continuará em direção a mais um mandato. Puxa vida, quando se fala em “liberal-conservador”, pode parecer uma mescla um tanto híbrida, reunindo dois aspectos opostos que não poderiam se misturar, mas acabam se misturando.
No futebol, um caso típico de hibridismo é o Grêmio Santanense, campeão gaúcho em 1937. O clube da cidade de Livramento tem o nome “Grêmio” e usa as cores vermelho e branco, que lembram o Internacional de Porto Alegre. Engraçado, não é verdade?
Em relação ao governo federal que assumiu em 2019, o caráter “liberal” se refere à economia e o caráter “conservador” se refere aos costumes. Não é algo conflitivo, se lembrarmos que Ronald Reagan (nos Estados Unidos) e Margaret Thatcher (na Grã-Bretanha) governaram dessa forma nos anos 80.
Vale lembrar que o conservadorismo é mais ponderado no que se refere a revoluções e a transformações sociais mais rápidas. Dentro desse raciocínio, o liberalismo do século 18 tinha um caráter revolucionário, que alçou a burguesia e o capitalismo ao poder. No século 19, o liberalismo, a burguesia e o capitalismo assumiram as rédeas da situação sociopolítica estadounidense e europeia.
A partir daí, a burguesia assumiu um caráter claramente conservador, pois se opôs à classe operária. Portanto, a ideologia liberal se tornou anti-revolucionária e, desta maneira, contrária a mudanças radicais na estrutura social. A burguesia, ao ascender socialmente, apegou-se ao poder econômico e político.
Por esse raciocínio, temos a noção de que uma mistura “liberal-conservadora” está longe de ser um monstrengo híbrido. Liberalismo e conservadorismo possuem relação íntima.