O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falou muitas vezes sobre uma possível “ameaça comunista”. Essa visão conservadora é seguida por várias pessoas, que acreditam na existência de uma postura esquerdista na grande mídia. Tais pessoas ficam indignadas quando a mídia demonstra uma perspectiva inclusiva, do ponto de vista social. Na verdade, seja nos grandes, seja nos pequenos veículos de comunicação, a postura da imprensa e da indústria cultural, muitas vezes, é focada em aspectos humanitários.
Claro que muitos esquerdistas trabalham nos veículos de comunicação. Também há pessoas identificadas com a direita atuando nessas empresas. O que, sim, a imprensa e a indústria cultural exercem, em várias ocasiões, não é uma postura comunista, e sim progressista. O progressismo, atualmente, possui uma identificação com a esquerda, mas não representa uma negação da direita e do capitalismo. O progressismo é muito ligado aos aspectos humanitários, dos quais a mídia não pode se desvincular. Na faculdade de jornalismo, é inevitável falar sobre o “relato humano”, isto está na essência da profissão.
No século 19, a ideia de progresso passava pelo livre mercado, pela industrialização, pelo racionalismo, que levariam a humanidade à plenitude. Muito tempo passou, muitos acontecimentos se sucederam, e hoje o progressismo se identifica com o meio ambiente, com a crítica às grandes corporações, com possíveis intervenções do Estado na economia, com a diversidade, com a inclusão, com a antiviolência. O progressismo dialoga hoje com a social-democracia e não se contrapõe totalmente ao capitalismo. O que o progressismo quer, atualmente, é um capitalismo mais flexível, mais humano.