O ano estudantil já (re) começou! Sim, todos nós temos a clareza que os professores e alunos (merecidamente) estão em gozo de suas férias, mas uma concepção que revela um número insuficiente na carreira de professores nos leva a crer que esse é o tempo de (re) olharmos para o futuro. De que ano você pensa que estou me referindo? A falta de professores, já existia desde 1824 quando Dom Pedro I liderou a primeira Constituição. Soa-se num sentido recente e com boa memória o discurso da falta de professores? Pois bem, estamos adentrando na metade da 2ª década do ano 2000 e muita coisa de bom já aconteceu na educação, bem como, logicamente também, trabalhos não tão eficazes e outros que merecem até mesmo o esquecimento, infelizmente ou felizmente.
Imaginem a situação normal e corriqueira que acontece todos os anos: eu, professor e muitos outros colegas meus, não sabemos quem serão os nossos colegas no ano de 2015 e isso é trágico pensando no presente e, principalmente, no futuro da educação. Hoje, já temos as metas nacionais do Plano da Educação para a próxima década, que, por sinal, são muito ousadas – estruturas que estavam há muitos anos defasadas nas escolas públicas sendo pouco a pouco reformadas e modernizadas; vários concursos públicos e nomeações assinadas, institutos federais funcionando exemplarmente, formações continuadas propostas, implementação do ensino médio estadual politécnico, portanto, o que mais necessitamos ter na educação no presente momento chama-se: ousadia.
No momento em que devem ser gastos R$ 92,8 milhões a mais pelo Estado gaúcho em 2015, por conta dos reajustes salariais de governador, vice, secretários, deputados e integrantes do Judiciário e Ministério Público, isto nos demonstra novamente que o marco da educação, infelizmente não é a prioridade. Torçamos para que haja coerência nos cortes e investimentos. Que os cortes comecem pelos próprios setores governamentais, para posteriormente, servir de exemplo à sociedade civil, não se diminuindo os gastos aplicados na educação, pois jamais se gasta, e sim se investe na mesma. Assim, os nossos governantes escolhidos democraticamente, também devem ser ousados, terem atitudes coerentes e lúcidas no presente para que se produzam bons frutos no futuro e com isso tenhamos uma nação mais justa e próspera.
As instituições de ensino fundadas há muitos anos compostas por toda sua comunidade escolar, principalmente seus gestores, equipe diretiva, funcionários, docentes e, claro, os alunos e seus familiares devem se preocupar com questões mínimas que garantam aprendizagem, como uma infraestrutura que proporcione um ambiente acolhedor e bem-estar, olhando para possíveis reformas (ainda, infelizmente) não realizadas. Seria descaso dos gestores? Quem as fiscaliza? O que sempre foi feito é considerado correto e, normal?
Com iniciativas e campanhas de algumas empresas, investimentos de outras, fundos financeiros na área da educação alcançados do governo federal nunca visto antes, nos leva a ter esperança que a educação pública um dia deva ter um grande marco positivo, mesmo que as mudanças nunca foram e são facilmente visualizadas ou percebidas.
O amparo técnico e financeiro dos Poderes Públicos na educação não apenas devem constar na Constituição da República, mas fazer com os mesmos se tornem uma realidade prática do contexto educacional, conforme a nossa Presidente da República, Dilma Rousseff, se referiu recentemente em seu discurso em sua 2ª posse, “Brasil, uma pátria educadora”.
Talvez, dessa forma, devemos continuar a nos basearmos novamente no sentido de uma educação com ajuda mútua, a exemplo do próprio Dom Pedro I quando já realizou ações similares na educação há muitos anos. Enfim, o ano letivo de 2015 já se (re) iniciou, desejando a todos um ótimo ano pedagógico, assim como, um Brasil ousado e pensante como pátria realmente educadora, e não apenas em discursos.
*Professor (Educação Física)