Ana Souza
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O livro é um produto intelectual e é através dele que uma pessoa pode buscar por novas informações. Eles são capazes de prender nossa atenção e nos transportar por breves instantes para qualquer lugar do mundo. Quem muitas vezes não se viu sendo personagem de uma história, seja fictícia ou real? Há exemplares para os mais variados tipos de públicos, tanto para adultos, como para adolescentes e crianças.
E, para disseminar o hábito da leitura, existem os vendedores de livros que recebem homenagens no domingo, 14 de março. O profissional, real guardião do conhecimento, é responsável por oferecer os mais infinitos conteúdos para o público, sejam didáticos ou para entretenimento.
Hoje existem locais exclusivos para a compra, troca e venda de exemplares novos e seminovos. Espaço dedicado exclusivamente para os apaixonados pela leitura. Isto mesmo, a paixão move duas santa-cruzenses, Estella Mânica Arend, nutricionista, e Sueli Nascimento, contabilista. Ambas aposentadas, trazem no coração o amor pela leitura e fizeram disto um meio de sobrevivência. O Dia do Vendedor de Livros para as guardiãs do conhecimento se torna, digamos, uma honra. Destacam que é uma data importante para chamar a atenção na dedicação que elas têm pela profissão.
Um verdadeiro paraíso para os fanáticos pela leitura, podemos denominar assim o Sebo Livro Vital e o Sebum. Em estantes recheadas, encontram-se centenas de títulos de exemplares usados e que ainda estão lá para proporcionar uma viagem pelas páginas e assim fluir o pensamento.
O Sebo, fundado por Estella, surgiu em Santa Cruz do Sul há sete anos. “Fiz um projeto inicial que era a leitura para pessoas idosas. O objetivo era criar grupos e visitar casas geriátricas em um trabalho comunitário. Comecei pedindo livros para os familiares e amigos e a quantidade de exemplares aumentou muito e tomou conta da casa, abrangendo mais pessoas. Queria incentivar a leitura e ajudar na proteção ao meio ambiente, pois muitas vezes as pessoas descartam volumes valiosos. Trabalhamos com compra, venda e troca e os que não seleciono são doados para os recicladores”.
Estella destaca a importância do livro no contexto atual e que, cada vez mais os jovens estão tendo o hábito da leitura. “O projeto foi crescendo e eu cada vez mais apaixonada por este trabalho. Tenho um apego muito grande pelos livros e gosto muito de manuseá-los, isso me proporciona um prazer muito grande. Aproveito para ler bastante, e o mais importante, cada dia conheço novas pessoas. Escolhi o nome de Sebo Livro Vital porque o livro representa vida e também é um veículo de comunicação. Claro que existe a internet mas, nada como manusear um livro. Tenho obras de todos os gêneros literários e para todos os públicos, desde os mais jovens até os idosos. Tudo organizado por conteúdos específicos”, finaliza.
“Para ser vendedor tem que gostar de ler”
De técnica em Contabilidade para vendedora de livros, assim Sueli Nascimento iniciou sua trajetória no ramo, o que já soma 28 anos. “Para mim, esta data serve para lembrar deste importante trabalho que é um verdadeiro incentivo à leitura. Acima de tudo, antes de vender, tem que gostar de ler. É prazeroso”.
A ideia de abrir a Sebum surgiu após a aposentadoria. “Queria trabalhar com algo diferente e minha família toda ajudou doando gibis e livros. Também juntei os exemplares de romances que eu tinha e mais os que adquiri de uma tabacaria que fechou”.
Ela frisa que, inicialmente, os gibis movimentavam mais que os livros, sendo cerca de 80% gibis e 20% livros. “Hoje acontece o contrário, os livros são mais procurados. Entre eles espíritas, literatura do Brasil e romances estrangeiros com escritores renomados, tais como Nicholas Sparks, Dan Brown, Agatha Cristie, Stephen King, entre outros”.
A Sebum compra livros e gibis, além de trocas e consignados. No local, que além de Santa Cruz atende Rio Pardo, Candelária e outros municípios do Vale do Rio Pardo, também podem ser encontrados LPs e CDs.
Qual o significado da palavra sebo
Se não fosse através dos livros não teríamos tanto conhecimento a respeito da humanidade. Antigamente, as rochas serviam de material para a escrita, hoje as folhas de um livro fazem este papel. A palavra sebo originou-se antes do advento da iluminação elétrica. A leitura tinha como auxílio velas feitas de gordura animal e essas acesas faziam escorrer o sebo para as páginas dos livros, tornando-os ensebados. Esses eram considerados defeituosos por serem manuseados com mãos gordurosas, por isso, o local que vendia passou a chamar-se sebo.