LUÍSA ZIEMANN
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Com muito cheddar, acompanhado de bacon, ou até mesmo em uma versão vegana – sem qualquer ingrediente de origem animal em sua preparação. Muitas são as variações e formas de se encontrar essa delícia por aí. O hambúrguer, uma paixão mundial, tem um dia só para chamar de seu: hoje, 28 de maio. Apesar de não ter surgido no Brasil, o sanduíche ficou famoso e é um dos pratos mais vendidos em restaurantes físicos e por serviços de entrega do país.
Uma das refeições mais democráticas e adoradas em todo o mundo, o hambúrguer tem sua origem incerta. Mesmo sendo uma comida amplamente comercializada nos Estados Unidos, não foi lá seu nascimento. A história mais conhecida é a de que ele surgiu na Alemanha, na região de Hamburgo – por isso o nome –, por volta do século 17 e, na época, era um simples bolinho de carne moída temperada e frita. Gostoso, fácil de se produzir e de comer e, além de tudo, barato, logo esse bolinho ficou famoso.
Quase 200 anos depois, quando os primeiros imigrantes alemães chegaram aos Estados Unidos, foi que surgiu a versão do hambúrguer como se conhece hoje, com um ar muito mais “americanizado”. Por isso, muito se tem em mente que ele seja uma refeição de origem americana, pois foi lá que brotou a ideia de colocar a carne em meio a duas fatias de pão e, em seguida, combinar com outros ingredientes, como queijo, alface, tomate e cebola.
Mas por que o hambúrguer ganhou tanto prestígio? Na época, a produção industrial estava a todo vapor e por isso os trabalhadores precisavam de refeições rápidas e nutritivas. Assim, o hambúrguer era a solução perfeita. Todos esses fatores popularizaram ainda mais a ideia e, em 1921, foi fundada a primeira rede de hambúrgueres fast-food dos Estados Unidos, a White Castle. Em menos de dez anos, a ideia já era tão popular que vários outros restaurantes do mesmo segmento surgiram.
UM ALIMENTO, DIVERSAS VERSÕES
No Brasil, as lanchonetes norte-americanas chegaram em 1952, quando o jogador de tênis americano-brasileiro Robert Falkenburg – campeão do Torneio de Wimbledon em 1948 e 1949 –, abriu o primeiro fast-food em estilo estadunidense no Rio de Janeiro: o Bob’s. De lá para cá, o hambúrguer conquistou o mercado nacional. Para atender todos os gostos, o sanduíche de carne ganhou milhares de variações e interpretações – inclusive sem o seu ingrediente principal, a carne.
Uma vez que sua base é feita de dois alimentos tradicionais na mesa dos brasileiros – pão e carne – e os seus complementos podem variar conforme o gosto de cada consumidor, não é difícil cair em tentação. Entre as alternativas de hambúrgueres disponíveis no mercado atualmente existem os clássicos – podem ser encontrados em fast foods e hamburguerias tradicionais –, os gourmets, os artesanais e as versões mais light, que servem a vegetarianos e veganos, por exemplo.
Alimento é bastante calórico, mas pode ser consumido com moderação
A nutricionista Fernanda Pfeifer ensina que, independentemente de quais ingredientes estiverem presentes em sua composição, os hambúrgueres são, naturalmente, altamente calóricos. “Eles podem ter, em média, 700 calorias, dependendo do tamanho e da quantidade de complementos”, explica. Como a composição pode variar muito, é difícil mensurar a sua tabela nutricional.
Entretanto, Fernanda afirma que a refeição possui uma grande quantidade de todos os nutrientes – proteínas, gorduras e carboidratos. “Um hambúrguer pequeno e com poucos ingredientes pode ter cerca de 350 calorias. Já um hambúrguer muito recheado e grande pode até mesmo ter mais de 1 mil calorias”, pondera a nutricionista.
Mas, se você é fã de um hambúrguer com direito a tudo dentro, não precisa se desesperar. Fernanda garante que, às vezes, dá para se permitir. “Um alimento vai ser prejudicial apenas se for consumido com muita frequência. Se a base da alimentação for saudável, não será um problema comer hambúrguer eventualmente. Devemos saber escolher o momento em que realmente vale a pena, que estamos com vontade e não somente por hábito”, orienta.
Além disso, ela sugere formas de tornar o hambúrguer mais saudável.
“Podemos evitar a maionese e utilizar um creme de ricota, por exemplo. Outra ideia é colocar molho de tomate no lugar de ketchup ou utilizar uma porção de proteínas sem excesso e sem muita gordura e também incluir alguns vegetais.” Substituir o pão tradicional por uma versão integral e com a inclusão de mais fibras tornará o hambúrguer mais nutritivo.
A tecnóloga em Gastronomia Luciana Oracy Cassaboni aponta que uma das especificidades do hambúrguer é que, por ser um alimento universal, ele pode ser adequado às tradições de cada país ou região. “Cada estilo de hamburgueria propõe sabores e montagens diferentes”, ressalta. Auxiliar técnica do curso de Gastronomia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), ela salienta que, além de ingredientes de boa qualidade, a apresentação do prato conta muito.
Atualmente, Santa Cruz possui dezenas de hamburguerias em funcionamento, mas, para quem deseja investir nessa área gastronômica, Luciana garante que ainda há espaço para novidades e produtos que fujam da mesmice. “Acho que cada pessoa tem sua padronização de hamburgueria que deve se adequar ao público que deseja atender. Um diferencial é criar sabores novos de hambúrguer conforme seu propósito ou tema”, sugere.