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Uma cantante italiana fascinada pelo Brasil

Alyne Motta – [email protected]

Uma italiana nata, mas com um português bem claro. Assim é a cantora Patrizia Laquidara que se apresentou na noite de ontem, 11 de maio, no Teatro do Colégio Mauá. Dona de uma voz belíssima misturou canções italianas, músicas no dialeto vêneto e também alguns acordes brasileiros.
O show foi uma promoção do Festival Palco Itália 2012, realizado pela ONG Pontes entre Culturas em parceria com Circulo Cultural Bella Itália. Pela primeira vez em Santa Cruz, Patrizia ficou encantada a receptividade de todos e também com a Catedral São João Batista.
“Estava muito curiosa a respeito de Santa Cruz do Sul. Logo de cara vi a Catedral, que é lindíssima e também um cartão da Oktoberfest, uma festa grande na Alemanha. Espero que tenha tempo de conhecer tudo e que possa aproveitar a cidade”, declarou durante a coletiva de imprensa.
A dificuldade da fala em português, aos poucos vai sendo superada pela cantora. “Faz tempo que não vinha para o Brasil, por isso ainda me atrapalho. Tenho a certeza que em 2 ou 3 dias já estou novamente adaptada”, garante. A primeira vez que veio para cá foi nos anos 90 e se apaixonou. “Gosto do calor humano”, afirma.
E este calor que Patrizia encontrou por aqui, durante seu show. “O público brasileiro é preparado para todos os tipos de apresentações, pois interagem e tem uma disposição incrível”, relata. Segundo ela, é um público que canta coisas difíceis, o que não se vê em outro lugar.

Alyne Motta

Patrizia Laquidara e Giancarlo Bianchetti durante coletiva de imprensa

O SHOW
No palco, Patrizia gosta de cantar em italiano. “As pessoas devem cantar coisas de seus países e eu canto minha Itália”, afirma ela, que também tem suas paixões pelo Brasil. “Foi a primeira de outra língua que cantei”, acrescenta Patrizia, que destaca Chico Buarque, Peninha e Caetano Veloso como seus preferidos.
O mesmo gosto por cantores brasileiros tem o musicista Giancarlo Bianchetti. “Existem muitos músicos brasileiros que moram na Itália, com quem eu toco então minha relação é forte”, garante. “Estudei música clássica e hoje junto com jazz, rock e outras misturas”, complementa o musicista.
A vinda da cantora para o Brasil foi através de convites do Círculo Cultural Bella Itália. “Fiquei muito feliz pela receptividade dos italianos de Santa Cruz do Sul. Logo que divulguei minha turnê, as pessoas agilizaram para que eu pudesse fazer este show”, explica Patrizia.

Alyne Motta

Último álbum da cantora é em homenagem ao dialeto vêneto

Os 10 anos de Bella Itália

Certa vez, Sixto Fausto Pedrotti, Rudi Vendelino Bagatini, Clair Batistti e Maira Regina Zambiasi perceberam que a cultura italiana, existente em Santa Cruz do Sul, precisava ser preservada, assim como o idioma que deveria ser divulgado, sem esquecer-se dos usos e costumes herdados dos seus antepassados.
Tendo essas metas, em abril de 2002, um grupo de descendentes italianos reuniu-se para dar os primeiros passos para uma associação italiana em Santa Cruz do Sul. Em 12 de julho, daquele mesmo ano, surgia o Círculo Cultural Bella Itália, com cerca de 150 pessoas.
Entre os objetivos da entidade, está oportunizar o estudo e cultivo da língua e cultura italiana; promover o desenvolvimento e intercâmbio cultural, literário e científico entre o Brasil e a Itália; promover festividades, competições esportivas e outras atividades; entre outros tantos.
Ao longo desses 10 anos de atividades, muitos foram os feitos, tendo como base os seus objetivos, onde se pode destacar a exposição Anita e Giuseppe Garibaldi, na Casa das Artes Regina Simonis; a vinda do Coro Marmolada de Veneza; cursos de culinária italiana com o chef Francesco Rosito.

ATIVIDADES

Entre as atividades atuais estão o Cena Danzante, um jantar em comemoração ao aniversário da entidade, a Festa da Imigração Italiana, a participação nos desfiles da Oktoberfest, e a tradição do filó, um encontro de famílias para rezar, dialogar, jogar, fazer trabalhos manuais, contar casos e cantar.
O Bella Itália mantém, desde 2003, o Grupo Cantante, criado inicialmente como momento de diversão para os associados e, com o tempo, realizando diversas apresentações na cidade e região. Os mais de 25 participantes cantam músicas italianas, gaúchas e brasileiras.

Arquivo/RJ

Grupo Cantante faz apresentações com músicas italianas, gaúchas e brasileiras

A língua italiana também é mantida através de cursos, realizados em convênio com a Associação Beneficente e de Assistência Educacional do Rio Grande do Sul (ACIRS). O curso é subsidiado pelo Governo Italiano e todos os professores ganham uma formação específica, tendo formado mais de 400 alunos.

SEDE PRÓPRIA

Vários estiveram à frente do Circulo Cultural Bella Itália ao longo dos 10 anos. Cada um teve seus feitos, e conquistas para se orgulhar. Em 2011, a entidade conseguiu um terreno na Rua São José, ao lado da escola José Wilke, a fim de que seja construída uma sede.
“É uma grande satisfação para nós ter um local próprio”, afirma o presidente Carlos Miguel Vendruscolo. Segundo ele, está sendo feito uma análise do terreno para a realização do projeto. A sede deve ter um salão de festas, sala de aula, banheiro, cozinha, e outras dependências.

PRESIDENTES

Alyne Motta

O atual presidente e vice: Carlos Vendruscolo e Jairo Dezorzi

2002/2003 – Carlos Miguel Vendruscolo e Marilene Bortolaso
2004/2005 – Carlos Miguel Vendruscolo e Laci Maieron
2006/2007 – Ana Lucia Abruzzi Dias e Carmen Pozzobon da Costa
2008/2009 – Carlos Miguel Vendruscolo e Ana Lucia Abruzzi Dias
2010/2011 – Vera Lucia Reck Thier e Luciana Antonia Treméa
2012/2012 – Carlos Miguel Vendruscolo e Jairo Gracioli Dezorzi