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Um tempo para a juventude

Na próxima quarta-feira, dia 13 de fevereiro, depois das comemorações do carnaval, iniciaremos o rico tempo de preparação para a Páscoa, conhecido como tempo da quaresma. Serão 40 dias em que o apelo à conversão será repetido em todas as celebrações, motivando-nos à oração, ao jejum e à prática da caridade.

No Brasil, desde 1964, o tempo da quaresma é enriquecido com a Campanha da Fraternidade. A idéia é facilitar a conversão através da análise de um tema candente da realidade social. Assim, na Campanha da Fraternidade de 2012, o tema aprofundado foi saúde pública. Em anos anteriores, havíamos aprofundado temas como a vida no planeta, economia, segurança pública, defesa da vida, pessoas com deficiência, paz, água, pessoas idosas e família. Para 2013, o tema proposto é “fraternidade e juventude”.

Na introdução ao Texto Base se diz que “a Campanha da Fraternidade se propõe olhar a realidade dos jovens, acolhendo-os com a riqueza de suas diversidades, propostas e potencialidades; entendê-los e auxiliá-los neste contexto de profundo impacto cultural e de relações midiáticas; fazer-se solidária em seus sofrimentos e angústias, e reavivar-lhes o potencial de participação e transformação”.

De todos os grupos etários, os jovens são os que mais sofrem os impactos das inúmeras mudanças que estão acontecendo nas últimas décadas. Eles nasceram e estão crescendo no contexto de mudança de época, “em que se faz a transição de uma cultura estável para outra, nova e ainda não estabilizada”. “Onde outrora existiam valores e critérios que definiam dada realidade ou o modo de proceder, agora há uma diversidade de propostas aceitas como válidas, num contexto de abertura a experimentações” (Texto Base da CF, n° 7).

As mais radicais mudanças que mexem com a cabeça dos jovens se deram na área da comunicação em rede. O jovem “respira e vive na chamada ambivalência midiática, uma teia de novas tecnologias em que se pode ser, rapidamente, ouvido, visto e considerado”.   Estar conectado com os amigos via internet ou telefone celular se tornou mais importante do que os encontros pessoais. E mesmo quando amigos se encontram, eles não param de teclar mensagens para outros que estão distantes, alimentando grupos de interesse e de afinidade. Pelo fato de estes grupos serem, muitas vezes, apenas virtuais, “há que se considerar a necessidade de proporcionar a esta geração hiperconectada a possibilidade de conexões pessoais duradou ras e resistentes às crises” (n° 38).

A Campanha da Fraternidade acontece no frescor da tragédia de Santa Maria, que matou aproximadamente 250 jovens que haviam ido a uma boate para se divertir. Acontece no contexto de preparação da Jornada Mundial da Juventude, que deverá reunir milhões de jovens no mês de julho, no Rio de Janeiro.

A Igreja afirma a fé da Igreja na juventude, uma vez que há muitos jovens que estão sinceramente ocupados em trabalhar pela transformação da sociedade, sendo “protagonistas da civilização do amor e do bem comum”. Por isso, aproveitemos a Quaresma e a Campanha da Fraternidade para nos converter e nos tornar missionários a serviço da juventude.

*Bispo Diocesano