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Um sorriso como remédio para a dor

Alyne Motta – [email protected]

O riso é um ótimo remédio para a dor. O motivo é que o hipotálamo, ao ser estimulado pelo riso, aumenta a produção de endorfinas, relaxando as artérias, trazendo bem-estar ao corpo, aumentando as reações imunológicas. Se o riso for intenso, o grau de endorfina é tão alto que o paciente não sente dor.
Com base nessas informações e muita vontade de desempenhar um trabalho voluntário (uma vez que ações espontâneas para atingir fins específicos costumam ser eficientes), seis pessoas (sendo cinco da mesma família) reuniram-se para formar a trupe de Clown Os Doutores do Riso.

César Lopes

Levar a alegria aonde há tristeza

A ideia partiu da professora Lidia Karina Eick, alfabetizadora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) São Francisco. “Através de um trabalho que realizei no curso de Pedagogia “Neuroquímica das Sensações”, descobri que, dependendo do grau de intensidade do riso, a dor pode ser bloqueada”, explica.
O amadurecimento do projeto aconteceu após a descoberta do trabalho realizado por Michael Christensen, nos Estados Unidos que, em 1986, criou a organização “Clown Care Unit”. Por lá, incluiu nas suas brincadeiras crianças que não podiam se deslocar até o espaço escolhido para festa.
“Neste momento ele instaurou, em um local dominado por imagens de doenças, ícones de alegria e festividade”, comenta Lidia, que pesquisou tudo a respeito e, desta forma, surgiu Os Doutores do Riso, que já visitou diversos locais, levando a alegria onde há tristeza.
O grupo é composto pela professora Lídia (Dr. Pandora), pelas suas filhas Bruna Rodrigues (Dr. Bubba), Bettina Rodrigues (Dr. Tininha), pelo marido, Sergio Ricardo Hansen (Músico Garibaldo), pela sua sobrinha Claudia Simone de Aquino Lau (Dr. Cacau) e pela professora Jenifer Lacerda de Oliveira (Dr. Tuty).

ATIVIDADES
De improviso, o grupo faz palhaçadas, brincadeiras, cantorias, danças e encenações, tudo adaptado ao local que atuam. Para que a alegria impere, os clowns, como são conhecidos, estudam bastante besteira e se inspiram em documentários de ações parecidas com as suas.
“Estudamos literatura infantil, fazemos oficinas de teatro e música, além de procurar informações dos Doutores da Alegria (palhaços que fazem de conta que são médicos para crianças que fazem de conta que acreditam), em vídeos dos Hospitalhaços e Resgate da Alegria (grupos de outros estados)”, explica Lidia.
Com toda essa preparação, os Doutores do Riso conseguem conciliar o emprego e a família, uma vez que as atividades que realizam são totalmente voluntárias. “Quem vive bem o dia a dia não se cansa”, garante Lídia que, em retribuição a tanto esforço, recebe carinho.
“Não tem nada que pague os sorrisos daquelas pessoas, às vezes aflitas, depressivas, debilitadas. Temos a certeza que o bem que fizemos é muito maior para nós do que para aqueles que atendemos. O que mais vale é o olhar, é ver que estamos fazendo a diferença na vida das pessoas”, revela a professora.

Divulgação/RJ

Alegria é garantida com elas

Tendo como lema “Seja a mudança que você quer ver no mundo”, a trupe visita os abrigos municipais, asilos e hospitais, buscando sempre o sorriso, levando brincadeiras e um ouvido atento. “Está sendo muito importante, que aprendemos muito a cada dia e experiência vivida”, alega a Doutora Pandora.

VISITAS
A última ação foi realizada no Abrigo Municipal Masculino e Feminino. “Foi uma surpresa para eles e para nós também, pois não tínhamos noção de como nos receberiam”, explica a professora Lidia, pelo fato dos moradores serem pré-adolescentes. “Talvez não gostassem de ser visitados por palhaços”, acrescenta.
A reação, não podia ser melhor. “Foi maravilhoso, passamos da hora, eles adoraram nossa visita, as doações e o lanche que levamos. Conseguimos sair de lá depois de prometermos que em breve retornaríamos com música, dança e brincadeiras diversas”, relatou Lidia.
Como os Doutores do Riso não chegam de mãos abanando, qualquer doação é bem vinda. “Buscamos roupas, sapatos, acessórios, perfumaria, maquiagem, alimentos não perecíveis, enfim, tudo que possa trazer mais alegria a quem visitamos”. A atual campanha é arrecadar brinquedos para a visita à Copame.

Divulgação/RJ

Parte da trupe Doutores do Riso

Mais do que doações entregues nas visitas, a trupe necessita de acessórios para usar, como colares, pulseiras pisca-pisca, tiaras, plumas, bolinhas de sabão, entre outras. Lidia explica que, por onde os clowns passam, vão deixando os apetrechos. “As crianças e idosos se apaixonam e acabamos os presenteando”.
Quem quiser contribuir com os Doutores do Riso, dando um pouco mais de alegria a quem precisa, pode entregar doações aos integrantes da trupe. O contato pode ser feito através dos e-mails [email protected] ou [email protected] e pelo fone (51) 9797 0449.