Em 2011, no Ceará, foi organizado o Rali na BR em protesto contra a buraqueira na BR 322. O Rali percorreu 140Km num dos trechos considerados em pior estado de conservação. Mas não é só por lá que as estradas estão abandonadas.
A situação das rodovias por aqui também chegou a um estado calamitoso em vários municípios. Muitas não têm acostamento, a sinalização é precária e os buracos são para todos os gostos de pneus. O empresário Paulo de Souza, de Chapecó, proprietário da Eko’7, só esse ano estourou sete pneus e teve duas viagens abortadas por causa da buraqueira nas estradas catarinenses. A família Piton, de Marau, teve dois pneus cortados por conta de um buraco numa rodovia bem conhecida dos gaúchos: a RSC 153. Em ambos os casos, a solução foi voltar para casa de guincho.
Eu, que toda semana preciso “pegar a estrada” devido à minha profissão, também fui atingido em cheio por uma cratera na semana retrasada. Saí de Chapecó para dar uma palestra in company em Concórdia. No dia seguinte, peguei à estrada rumo à Sombrio, onde deveria ter palestrado à noite, na CDL. Deveria, pois fiquei no meio do caminho. Vou explicar!
Além de ter que andar um longo percurso pelo acostamento na SC 390 (todo mundo faz isso, pois, devido a buraqueira naquele trecho, só é possível transitar pelo acostamento), tive que colocar em prática meus aprendizados sobre direção preventiva. Mas, me dei mau!
Pouco antes da Serra do Rio do Rastro, ao fazer uma curva, um veículo, no intuito de desviar de um buraco, invadiu a pista contrária. Quando eu o vi vindo na minha direção, desviei, mas perdi o controle do carro, que rodopiou duas vezes na via – molhada e escorregadia devido à chuva fina que caia naquela tarde –, e parou apenas no outro lado, após ir de encontro ao barranco, colidindo violentamente.
Acionei o seguro, que mandou um guincho para enviar meu carro para a concessionária em Porto Alegre, e um táxi para me levar para Sombrio, onde cheguei tarde da noite, bem depois do meu compromisso.
No dia seguinte, o empresário Sandro Bereta (organizador da palestra), me deu uma carona de volta para casa. Fomos pela Rota do Sol. No trajeto entre Terra de Areia e Caxias, ficamos assombrados com as dezenas de veículos parados na estrada, com pneus estourados. E ao chegarmos à Chapecó, verificamos bolhas nas laterais de dois pneus. Uma barbaridade!
Concluímos, então, que organizar um rali pelas estradas esburacadas do Sul não é uma má ideia. Alguém se habilita?