No editorial ‘O Brasil é plural’, publicado em 27 de fevereiro no ‘Riovale’, dizíamos o seguinte: “Durante o período colonial, o Brasil não possuía sequer uma administração centralizada dentro do nosso território, respondendo a Portugal, um dos fatores que levam historiadores a chamarem o período de ‘América portuguesa’, muito mais do que propriamente ‘Brasil colônia'”.
Em ano de eleições municipais, é interessante verificarmos um pouco da história política do nosso país, e a fase colonial é mais longa que a do Brasil independente. Pouco mais de três décadas após a chegada dos portugueses, ocorrida em 1500, Portugal resolveu criar as capitanias hereditárias, lotes de terra que tinham pequenos nobres portugueses como beneficiários. Com as capitanias, a ideia do Império Português era estabelecer uma administração dentro do Brasil, como forma de colonização e exploração.
Essa iniciativa não obteve êxito em seus objetivos, e ainda no século 16, Portugal resolveu tentar uma administração mais centralizada dentro do Brasil, com a criação do Governo Geral, que respondia, obviamente, à monarquia portuguesa. O Governo Geral durou muito tempo, por dois séculos e meio, mas a identidade nacional brasileira ganhou impulso, de fato, a partir de 1808 (século 19), com a chegada da Família Real Portuguesa.
Com a presença da realeza lusitana, que fugira de seu país após a invasão francesa, o Brasil começava a ser o centro do Império Português, e passava a desenvolver, com mais afinco, a ideia de autonomia, de independência. Deixar a condição de colônia e, finalmente, tornar-se um país em 1822, permitiu ao Brasil construir uma história própria, mas, acima de tudo, marcada pela diversidade, que nos caracteriza desde o período pré-colonial, antes de 1500.