Um verdadeiro líder sabe que a responsabilidade é sua, mas a vitória é mérito de todos. Com essa frase iniciamos a entrevista falando da trajetória do tenente-coronel Giovani Paim Moresco, que assumiu recentemente o Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale do Rio Pardo (CRPO-VRP), com sede em Santa Cruz do Sul. As expectativas e seu principal objetivo, que é a participação e a integração entre todos os órgãos de segurança de Santa Cruz do Sul, segue o lema da Brigada Militar “A força da comunidade”. O comando é formado por três batalhões, o 23º BPM em Santa Cruz do Sul, o 35º BPM em Cachoeira do Sul e o 2º BPM em Rio Pardo, com abrangência de 31 municípios e mais de 560 mil habitantes.
Natural de Santa Maria, mas com raízes no Vale do Rio Pardo, a caminhada na Brigada Militar iniciou através de inspiração familiar. “Meu avô, já falecido, foi cabo da BM. Meu pai foi ao longo de sua vida sargento e se aposentou como tenente, e meu tio, irmão de meu pai, foi subcomandante. A tradição de policiais militares faz parte de minha família e foi esses exemplos que me fizeram ingressar na Brigada em 1986, na Escola Militar de Segundo Grau da Brigada Militar, o então Colégio Tiradentes”, contou Moresco.
O tenente-coronel veio para Santa Cruz do Sul em 15 de julho de 2015. “Me apresentei ao comando vindo de São Gabriel, no qual comandava o Colégio Tiradentes da BM. Exercia o posto de major e por um tempo passei assessorando o então comandante do CRPO, na época tenente-coronel Valmir José dos Reis. Fui chefe da Inteligência, da Corregedoria Regional e do Estado Maior. Com minha promoção a tenente-coronel, pedi para comandar o batalhão e por três anos fiz parte do 23º BPM. Depois, voltei para ser chefe do Estado Maior e, com a ida do coronel Reis para a reserva, assumi o comando em Santa Cruz”, salientou. “Para mim uma grande alegria, pois minha esposa é natural de Vera Cruz. Me casei em Santa Cruz no ano de 2019 e atualmente moramos no Município. Minha primeira unidade foi o 1º Regimento de Polícia Montada de Santa Maria (1º RPMon), quando fui comandante de pelotão, polícia ostensiva, pelotão hipomóvel, que era a tropa de cavalaria, e pelotão de choque”.
Uma grande expectativa e continuidade do trabalho ao assumir o comando, assim se expressou. Segundo Moresco, para a comunidade o serviço de policiamento ostensivo não pode sofrer descontinuidade. “Videomonitoramento e cercamento eletrônico, queremos e vamos aumentar. Vigilância Colaborativa queremos, já estamos e iremos aumentar. Visibilidade policial já estamos em processo de mais incremento. Temos também as questões governamentais, como o RS Seguro e o Avançar que englobam os três ‘Is’, que são a integração, o investimento e a inteligência. Integração com os outros órgãos e a comunidade; investimento em tecnologia e a inteligência policial que já revitalizamos”.
Uma das mais importantes funções que um oficial da BM pode desempenhar, se referiu Moresco ao comando. “Não contando as três luzes como chamamos o comandante, subcomandante e o chefe do Estado Maior. Ser comandante geral é o ápice para um coronel da ativa. Para mim, que ingressei em 1990 na Academia de Polícia, e hoje, com 32 anos de efetivo serviço, chegar a comandante regional e depois tenente-coronel e, futuramente, ser alçado para coronel é uma satisfação que não consigo medir. É um orgulho para toda minha família. Profissionalmente é um momento que nos preparamos uma vida inteira. Fui vários anos tenente e promovido a capitão em 1999. Major por sete anos e atualmente tenente-coronel. Momento muito esperado, pois conseguimos colocar em prática as ferramentas de gestão das quais a comunidade espera”.
Conforme Moresco, é preciso ter uma visão ampla na segurança pública, por isso das várias ações realizadas. “Por exemplo, de 1º de janeiro até o dia 23 de fevereiro, abordamos cerca de 16 mil veículos. Foram 1.096 barreiras policiais, oferecendo segurança pública para quase 29 mil pessoas. O Comando Regional realizou em torno de 700 prisões e 8 mil encaminhamentos. O trabalho da Brigada Militar é muito mais amplo, pois nosso dever é ofertar segurança pública. As pessoas têm que se sentir tranquilas e com paz social. Buscamos o trabalho integrado e a união de forças na segurança”.
APRENDIZADO
Ao finalizar a entrevista, o comandante falou da convivência com o coronel Reis, atual titular da Secretaria de Segurança Pública de Santa Cruz do Sul. “Nos conhecemos na Academia de Polícia Militar desde 1990, meu veterano de academia. Ele me passou o Comando Regional, sendo que desde 2015 faço parte do comando em Santa Cruz. Nunca imaginei ter esta honra de servir junto com ele”, destacou Moresco, pontuando sobre os anos de aprendizado junto ao coronel, inclusive na questão das parcerias comunitárias, o que fortaleceram os trabalhos.
“Temos um grande ganho com dois coronéis fazendo parte da Administração Pública. Existem duas grandes diferenças entre conhecimento e sabedoria. Conhecimento é que nós precisamos ter a resposta para quase tudo e sabedoria é escolher o momento e compreender que nem sempre eu tenho que responder a tudo. Por isso digo que nunca paramos de aprender. Isso é segurança pública e aprendi muito na minha trajetória.”