O presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, disse nessa segunda-feira, 13/01, que não há justificativa para a paralisação na comercialização do trigo gaúcho. Carlos Sperotto reiterou que os produtores vêm plantando nas últimas safras variedades adequadas às necessidades das indústrias, depois de ter discutido os padrões com a Abitrigo.
Por essa razão, a Farsul contesta as declarações de representantes do Sindipan que anunciam um possível reajuste no preço do pão devido à dificuldade na importação do trigo argentino. Alegam que o trigo gaúcho é indicado apenas para a fabricação de massas e biscoitos e não se adequaria para a produção de pães. Carlos Sperotto informa que a Farsul está atuando junto com outras entidades, embasada em análises técnicas de instituições de pesquisa, para modificar essa imagem do produto plantado no Estado.
Neste ano o Rio Grande do Sul retomou a liderança nacional da produção de trigo, superando o Paraná. “Neste momento, a liquidez do trigo do RS é prioridade para a Farsul. Estamos reforçando pedido ao governo para manutenção da Tarifa Externa Comum de 10% na importação de trigo de terceiros mercados, fora do Mercosul”, reiterou Sperotto.
De acordo com o presidente da Comissão do Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, é necessário comercializar para outros estados 1,2 milhão de toneladas. Do total de 3 milhões de toneladas colhidas no Rio Grande do Sul, 500 mil já foram vendidas; 200 mil serão utilizadas como sementes e 1,1 milhão consumidas internamente. Hamilton prevê que haverá sério problema de logística de transporte e armazenagem no Estado nos próximos meses devido à boa colheita de trigo, soja e milho.
Hamilton Jardim explica que não há inadimplência entre os triticultores gaúchos porque com a apresentação de recibo de depósito do produto, os bancos estão prorrogando os financiamentos de custeio em até 180 dias.