A Prefeitura de Santa Cruz do Sul anunciou ontem que, pelo terceiro ano consecutivo, a tarifa do transporte público coletivo urbano permanecerá em R$ 4,45. A divulgação ocorreu no ato em que foi apresentado o projeto de lei com medidas para a modernização e o equilíbrio econômico-financeiro do sistema.
“Além do decreto para a manutenção do valor, estamos propondo diversas ações com o objetivo de manter o sistema acessível aos milhares de trabalhadores que usam o transporte diariamente e garantir a qualidade e a eficiência do sistema de transporte público. Com a possibilidade, inclusive, de diminuir o preço da passagem no futuro”, destacou a prefeita Helena Hermany (Progressistas).
Inicialmente, não está previsto nenhum subsídio ao sistema. Só haverá algum aporte da Prefeitura em caso de déficit mensal. Nesse caso, o auxílio terá caráter social e será utilizado para o pagamento de isenções. Hoje, cerca de 45 mil pessoas têm o benefício em Santa Cruz, entre idosos, estudantes e pessoas com deficiência. O valor a ser repassado pelo Executivo poderá chegar a R$ 152.403,60 por mês.
Entre outras medidas apresentadas no projeto de lei, que ainda passará pelos vereadores – a Câmara apreciará a matéria na segunda-feira, 18, às 14h30 –, está a criação da tarifa integrada. Se aprovada, ela valerá em viagens com baldeação para outro veículo, em que o segundo trecho será gratuito se for acessado em até uma hora, processo que dependerá da modernização do sistema eletrônico de bilhetagem, a ser implementado no segundo semestre.
“A prefeita Helena nos demandou que não houvesse qualquer aumento da passagem, implementando ações que ainda melhorassem a qualidade do serviço. Com o apoio da nossa equipe técnica e jurídica, além do estudo realizado pela Fundatec, estamos perto novamente do equilíbrio no sistema”, comentou o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, Valmir José dos Reis.
O secretário de Governanças e Relações Institucionais, Everton Oltramari, que participou ativamente da busca por soluções, garantiu que Santa Cruz está resolvendo um programa grave, que ocorre em praticamente todas as cidades do Brasil. “Encontramos alternativas baseadas em critérios técnicos e jurídicos para resolver a situação complexa do equilíbrio financeiro do transporte coletivo urbano, além de modernizar e tornar mais eficiente o sistema”, avaliou.
Principais pontos da modernização do transporte coletivo
– Manutenção da passagem em R$ 4,45 por 12 meses. É o terceiro ano consecutivo sem aumento.
– Fim do subsídio da Prefeitura. Em caso de déficit no sistema, a Administração Municipal fará o pagamento mensal das isenções (meia-passagem de estudantes, idosos e pessoas com deficiência).
– Novos modelos de tarifas, que poderão ser implementados no segundo semestre, após um novo sistema de bilhetagem eletrônico:
* Integrada – Praticada em viagens com baldeação para outro veículo, em que o segundo trecho poderá ser gratuito ou com desconto;
* Flexibilizada – Com redução de valores sobre a tarifa comum, a ser aplicada no entrepico, nos finais de semana, nos serviços noturnos e/ou feriados, para incentivo de uso em faixas de horários de baixa demanda.
– Para o segundo semestre, está previsto um novo modelo operacional, com sete linhas estruturantes, de 15 em 15 minutos, e oito complementares, de 30 em 30 minutos.
– Mesmo com a redução da frota para 36 ônibus, haverá um aumento de 143 horários, totalizando 520.
– Retirada gradual dos cobradores até chegar em 44 funcionários. Não haverá demissões, mas a Prefeitura não irá repor aqueles que saírem por motivos como aposentadoria, troca de função ou pedido de demissão.
– Com a implantação do novo sistema de bilhetagem eletrônico, os passageiros poderão monitorar os ônibus em tempo real, com acesso ao tempo previsto para chegada na parada.