Isadora Oliveira
A 36ª edição do Enart, o maior festival de arte amadora da América Latina, ainda nem começou, mas o orgulho das tradições gaúchas já estampava o rosto dos mais de 400 estudantes da rede municipal de ensino que participaram na quarta-feira, dia 22, no CTG Tropeiros da Amizade, da terceira edição do Concurso Santa Cruz no Rio Grande. A iniciativa, realização da Secretaria Municipal de Educação (SEE), contou com quatro modalidades de disputas, divididas em 11 categorias.
Idealizador e responsável pela organização do concurso, o coordenador do projeto Andrei Barboza, afirmou que um dos objetivos do evento é explorar as múltiplas formas de ser gaúcho em Santa Cruz do Sul. “Nosso município é rico e diversificado, temos serra, várzea, campanha, temos gaúcho urbano, gaúcho de bairro. Todos somos gaúchos, cada uma a seu modo, ninguém é mais gaúcho que ninguém por causa da geografia”, disse ele.
Representando a patronagem do CTG Tropeiros da Amizade, o peão adulto Ruan Gabriel se pronunciou também em nome do corpo de jurados e se disse emocionado ao ver a participação expressiva da comunidade escolar. “Quero agradecer por ver tantas crianças aqui hoje, é muito lindo, é um orgulho grande ver essa casa lotada. A partir de hoje vocês vão querer cada vez mais estar dentro dos CTGs, dançado e cultivando as tradições”.
Ao participar da abertura, a prefeita Helena Hermany também enalteceu a iniciativa e deixou um recado aos jovens. “Cultivar as tradições e aprender a amar a nossa cultura que é tão rica, tão bonita e que tanto orgulho nos dá, é algo que vai fazer uma grande diferença na vida de vocês”, disse.
As apresentações aconteceram em três diferentes palcos e além de poesia escrita e desenho, o concurso envolveu também talentos no canto, na música, no teatro, na dança e até no tiro de laço em vaca parada. Um corpo de jurados, composto por cerca de 40 integrantes, entre prendas, peões, patrões e tradicionalistas de Santa Cruz e de outros municípios, foi responsável por avaliar as disputas e definir os vencedores em cada categoria.
Instantes antes da prova, Pietro Souza, 11 anos, aluno da Emef Duque de Caxias, estava confiante enquanto aguardava a sua vez de participar da prova tiro de laço em vaca parada. “Eu laço desde os 4 anos de idade. Meu pai laçava, meu vô laçava, meu bisavô laçava”, contou orgulhoso.
Também da Emef Duque de Caxias, as alunas Evelyn Oliveira, 11 anos, do 5º ano, e Emily Perske, 12 anos, aluna do 6º ano, fizeram bonito na modalidade Meu Talento Gaúcho. As duas soltaram a voz, a primeira interpretando uma canção nativista e a segunda declamando a poesia Orgulho de ser gaúcho, de sua própria autoria. As duas participam do projeto Heróis Farroupilhas, desenvolvido dentro da escola.
Para Evelyn, que já fez parte do CTG Tropeiros da Amizade, a experiência foi desafiadora. “Já apresentei essa poesia no colégio, mas hoje fiquei um pouco mais nervosa porque é a primeira vez que declamo para pessoas que não conheço”, revelou. Já Evelyn, acostumada a cantar desde os 8 anos de idade, disse que está acalentando um sonho. “Gosto muito de cantar, amo as tradições gaúchas”.
