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Trabalhadores da TCS suspendem paralisação com entendimento

Acordo construído em reunião na tarde de ontem estabelece trégua de 90 dias no setor

Uma reunião entre representantes da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, do Ministério Público, da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados local, da direção do Consórcio TCS e de funcionários da concessionária do transporte coletivo urbano municipal selou ontem uma trégua de 90 dias no setor. Os trabalhadores paralisaram parte das atividades no começo da manhã e várias linhas deixaram de ter ônibus em circulação, o que voltou a ser normalizado no meio da tarde como efeito do acordo formalizado no encontro, realizado na sede da Associação das Entidades Empresariais (Assemp), e suspendendo o indicativo de greve.

Os funcionários da TCS reivindicavam reajustes salariais de 10,48% mais 10% de quebra de caixa e R$ 200 mensais em vale-refeição. No acordo, a categoria concordou com um aumento de 10,16% retroativo a janeiro deste ano, enquanto as outras duas demandas voltarão a ser negociadas com a classe patronal dentro de 90 dias. Neste mesmo período, a Prefeitura pretende implementar uma série intervenções que tornem o serviço de ônibus urbanos sustentável, com tarifas a preços acessíveis para a população.

“Santa Cruz do Sul é uma das únicas cidades que não teve aumento de passagens no ano passado. Nós (Executivo Municipal) já investimos em torno de R$ 3 milhões no sistema de transporte público para não subir a passagem e estamos fazendo todos os esforços para isso. Hoje (ontem) conversamos com os trabalhadores e a empresa porque a relação entre eles acaba influenciando no serviço à população e não podemos prejudicar a população”, explicou o secretário municipal de Segurança Pública e Mobilidade Urbana, Everton Oltramari, que celebrou o acordo formalizado na reunião.

“Chegamos a um denominador comum e pedimos 90 dias para os trabalhadores, período no qual vamos implementar o estudo apresentado (por uma consultoria contratada para apontar soluções ao sistema) e o consórcio se compromete, ao longo desses 90 dias, a pagar o reajuste do índice do INPC, que é 10,16%, retroativo a 1º de janeiro”, revelou Oltramari, acreditando que as intervenções sugeridas para o transporte coletivo urbano surtam efeitos positivos no sentido de tornar o sistema sustentável e não haja mais necessidade de subsídio da Prefeitura para a empresa concessionária do setor.

“Se mesmo assim houver algum déficit (financeiro nas operações), vamos tentar fontes alternativas de receita e uma delas é o Estacionamento Rotativo Pago (Rapidinho) subsidiar esse déficit. Nós vamos trabalhar para que não haja déficit, pois acreditamos que com a reestruturação de linhas e de horários, e de uma nova sistemática de trabalho dos cobradores, o sistema vai ser autossustentável”, reforçou o secretário. Um alinhamento de detalhes operacionais junto ao Consórcio TCS será feito ao longo da semana, para que as soluções apontadas pela consultoria sejam efetivadas o mais rápido possível nestes 90 dias.

TEMPO PARA ACERTOS

Os trabalhadores da TCS ficaram satisfeitos com o acordo, entendendo a importância de ceder um tempo para os ajustes no sistema. “Vamos esperar três meses e, a partir do final desse estudo da Prefeitura, os pagamentos (do reajuste salarial e outras demandas) devem ser realizados. Terminando esse estudo, haverá um novo encontro para discutir as questões do vale-alimentação e da quebra de caixa, assim como outras alterações previstas para o transporte coletivo da cidade”, comentou um dos representantes da categoria, Gerson Luís da Silva, ressaltando que agora os funcionários terão maior participação nas definições do setor e demais demandas.