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Tomate é vilão da cesta básica em Santa Cruz

Arroz e feijão preto também contribuíram para incremento no custo

Luciana Mandler
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Tomate foi o item que mais contribuiu para a elevação do custo, com 4,466%. Foto: Pixabay

Entre setembro e outubro deste ano, os vilões para o aumento na variação do custo da cesta básica nacional, em Santa Cruz do Sul foram: tomate, arroz e feijão preto. De 17 de setembro a 8 de outubro, a variação foi de 3,44%, quando passou de R$ 439,69 para R$ 454,84, o que representa acréscimo de R$ 15,15. Segundo o professor e economista Silvio Cezar Arend, foi um novo recorde histórico desde o início do levantamento em 2004.

Com esta elevação, a cesta básica aumentou 7,60% neste ano, e no comparativo de 12 meses está 20,84% mais cara que em outubro do ano passado, uma elevação de R$ 76,33%. Dos 13 produtos pesquisados (confira na tabela), seis apresentaram redução, um ficou estável e outros seis apresentaram aumento de preço.

Como mencionado anteriormente, o tomate foi o item que mais contribuiu para a elevação do custo, com 4,466%, seguido do arroz, que colaborou com 0,397%. Logo atrás está o feijão preto, que contribuiu com 0,136%. Conforme Arend, o arroz que foi alvo das últimas notícias, teve um acréscimo de mais de 10,877%, acumulando uma alta de 58,30% em relação ao mês de março.

Para o santa-cruzense Alan Erig, o arroz subiu, mas está com preço justo. “As pessoas estavam acostumadas a pagar pouco pelo arroz e estão reclamando. Mas agora está um preço justo para o produtor”, reflete. Mesmo com o aumento no preço do arroz, tomate e feijão, Alan vai continuar comprando os itens, sem substituições. “O arroz e feijão não podem faltar”, brinca.

Já os produtos que mais colaboraram para segurar o aumento do custo da cesta básica foram: carne bovina, que contribuiu com -0,673%; a batata inglesa, com -0,662%; e o leite tipo C, que colaborou com -0,272%. O único item que ficou estável foi o pão francês.

SALÁRIO MÍNIMO

O economista Silvio Cezar Arend avalia que, com este custo para a cesta básica nacional, um trabalhador de Santa Cruz que recebeu no início deste mês o salário mínimo, precisaria ter trabalhado 95,756 horas para adquirir os 13 produtos. “Ou seja, 3,19 horas a mais que em setembro”, reflete.

Para Arend, a partir dos gastos com alimentação é possível estimar o salário mínimo necessário para o atendimento das necessidades básicas do trabalhador e de sua família. Seguindo a mesma metodologia utilizada pelo Dieese, o valor do salário mínimo em Santa Cruz do Sul para o mês de setembro deste ano, pago no início do mês de outubro, deveria ter sido de R$ 3.792,46 para uma família composta por dois adultos e duas crianças.