O quarto final de semana de agosto é consagrado, na Igreja Católica, à oração e aprofundamento da vocação dos cristãos leigos e leigas. É a vocação mais presente na Igreja e que tem sua origem no sacramento do batismo.
O documento de Estudos 107 da CNBB – Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade – diz que “todos os cristãos, em virtude do batismo, participam do sacerdócio de Cristo, e todos eles são chamados a entregar suas vidas a um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Cada um deve auscultar-se a si mesmo e descobrir as aptidões doadas por Deus e como pode exercitá-las em benefício dos outros, pois elas são dons para servir”.Além do mais, “o fundamento da corresponsabilidade dos cristãos leigos na missão não está na solicitação dos pastores ao engajamento em funções, mas na inserção de todos, pelo batismo, na Igreja”.
A pastoral vocacional da nossa Igreja insiste sempre que ninguém tem o direito de esconder os dons que Deus lhe deu. Se alguém tem o carisma (dom) de ser catequista, deve disponibilizar-se ao trabalho da catequese. Se alguém foi brindado por Deus com o dom da administração deve predispor-se a assumir funções de direção na comunidade. Se alguém tem o carisma da música, deve colocar este seu dom a serviço da comunidade. Se alguém sente que tem aptidões para o serviço da liturgia, animação das comunidades, acompanhamento às famílias, orientação de jovens, dinamização de grupos, serviço da caridade ou cuidado com a vida, é hora de colocar os dons recebidos por Deus a serviço do bem comum. Conforme São Paulo “a cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos” (1 Cor 12,7).
O principal campo de ação dos cristãos leigos não é, contudo, o interior da Igreja. Seu específico é ser sinal da presença de Deus em meio às realidades terrestres. É no seu dia-a-dia que eles são chamados a serem “sal da terra e luz do mundo”, vivendo a sua fé na família, no trabalho, no estudo e no lazer. Procurando fazer bem feito aquilo que tem a fazer, testemunhando a justiça e a fraternidade e sendo corretos naquilo que fazem, eles estão sendo fiéis à sua vocação de batizados. Os bispos dizem que “O ser laical da Igreja se expressa ao impregnar e penetrar as realidades temporais com o espírito cristão e ao testemunhar Cristo em todas as circunstâncias. Eles devem levedar a totalidade e integridade das estruturas de convivência humana, inculturando a fé, sendo animadores e promotores do diálogo social como contribuição para a paz”.
Com carinho, saúdo a todas as pessoas que, a partir da sua fé, são testemunhas da presença de Cristo no mundo. De maneira especial, invoco as luzes do alto sobre as pessoas que, além de viverem a sua vocação em meio às realidades do dia a dia, também colocam seus dons a serviço das comunidades, prestando trabalhos específicos para a edificação das mesmas. Deus vos abençoe e fortaleça na missão!
Dom Canísio Klaus
Bispo Diocesano