Outubro é o mês que lembramos e reafirmamos os fundamentos da Confissão Luterana. O pensamento do Reformador Martim Lutero se transformou num movimento de mudanças profundas na história da humanidade. Não somente no âmbito da religião, mas também na educação, na economia e na política dos povos. O Monge Lutero, Doutor e Professor de Teologia, deixou muitos escritos que se tornaram a base do pensamento Luterano em todas as esferas que a vida compreende, para indivíduos, família, sociedade e a sua relação com Deus pela fé em Jesus Cristo. Apontou para a Graça Divina que traz justificação e salvação. Ele escreveu: “Deus não se agrada de nenhum serviço, seja ele importante como for, quando através dele o próximo é feito sofrer”. Neste artigo, trago palavras de orientação do Reformador aos Pregadores da Palavra de Deus. São Obras selecionadas de Lutero e que estão no Devocionário Castelo Forte de 2017, comemorativo aos 500 Anos da Reforma Protestante. São Palavras muito oportunas e atuais para o contexto que vivemos e daquilo que tanto por aí vemos e ouvimos. Trata-se da Tarefa do Pregador/a.
“Isto também faz parte da tarefa de um Pregador: Que não fique de boca fechada e que não exerça o ministério publicamente, meramente, para que todos tenham de silenciar e permitir que ele se apresente como aquele que tem o direito e a ordem divinos, e, sim, também, abra a boca com coragem e confiança, isto é, pregue a verdade e o que lhe foi ordenado; que não silencie e nem murmure, mas confesse sem medo e destemidamente e fale com franqueza, sem qualquer preferência de pessoas, e sem poupar ninguém, atinja quem e o que quiser. Pois é um grande entrave para um pregador que ele queira primeiro sondar o ambiente e verificar o que se gosta ou não se gosta de ouvir ou o que lhe poderia acarretar desagrado, prejuízo ou ameaça. Pelo contrário, assim como Cristo se encontra no alto do monte, em um lugar público e olha livremente em volta, assim, também, o pregador deve falar abertamente e não temer ninguém, embora possa ver muitos tipos de pessoas e cabeças ao seu redor. Não deve ter papas na língua, não deve considerar nem senhores e fidalgos clementes nem irados, nem dinheiro, riqueza, honra, poder, nem status, pobreza, prejuízo, e nada deve pensar a não ser falar o que seu ministério exige, razão pela qual se encontra ali. Pois Cristo não estabeleceu nem instituiu o ministério da pregação para, por meio dele, adquirir dinheiro, bens, favores, honra, amizade ou para aproveitá-lo em benefício próprio, e, sim, para que se coloque a verdade abertamente em público, à luz do dia, e o mal seja denunciado e se diga o que serve para o proveito da alma, para a salvação e para a bem-aventurança”.
O relato de testemunhos nas Sagradas Escrituras, de Profetas e Profetizas, no Antigo e no Novo Testamentos, apontam para Cristo: Caminho Verdade e Vida! Que seja esta nossa inspiração nestes tempos tão nebulosos de pandemia, de falsas verdades, de ódio, destruição, angústia e incertezas. Que o Espírito Santo de Deus sopre forte sobre aqueles e aquelas que, pelo Batismo, são seguidores e seguidoras de Jesus, tementes a Deus e somente nEle, confiam e esperam. Pastor Vilmar Abentroth
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB