Lucca Herzog
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O Taekwondo é uma arte marcial sul-coreana. Hoje, é um desporto difundido em todos os continentes, e um esporte integrante dos Jogos Olímpicos. O nome “taekwondo” origina-se da fusão de três ideogramas coreanosː Tae (pés) kwon (mãos) Do (caminho). O torneio Pan-Americano de Taekwondo, que ocorreu em Florianópolis, entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, reuniu mais de 1,6 mil competidores de toda a América, em busca de vagas para o Mundial de 2024. A academia Elite, de Santa Cruz do Sul, marcou sua presença com 12 atletas inscritos, trazendo, além de diversas medalhas para o esporte regional, a classificação para o Mundial.
O torneio
O Pan-Americano ocorre todos os anos. Neste, foi sediado no Brasil, dividido nas categorias profissional e amador. A primeira é composta pelos campeões de cada nação, que lutam pelo título continental e por vagas no mundial. Já entre os amadores, onde há o maior número de atletas, participam as diversas categorias de graduação e faixas etárias.
Matheus Dias, professor e competidor da academia Elite Artes Marciais, explica: “São várias modalidades: o poomsae, fórmula, em que se demonstra uma luta simulada; a modalidade de armas de combate, que é a luta de bastão; o sparring tradicional, a luta.” Dias esclarece que, em sua escola, muitos treinam modalidades específicas de preferência. Outros preparam-se para todas elas: “Da Elite Santa Cruz, foram 12 alunos competidores, e sete foram medalhistas. Em todas as categorias, tivemos premiação”.
Fotos: Divulgação
Classificação para o Mundial
O professor, por sua vez, sem esconder a emoção, ainda revela como foi a disputa pela classificação para o Mundial de Taekwondo: “Eu estava participando do torneio dos campeões. Tirei medalha de ouro em armas e sparring, e vou representar o Brasil no Mundial, que acontece em Phoenix, EUA, em julho do ano que vem. Neste torneio, todos os campeões pan-americanos se enfrentam no top 10 mundial”.
As lições
Em retrospectiva, entretanto, as medalhas são mais do que conquistas para Matheus Dias e seus alunos; são ensinamentos. “O aprendizado dessa competição é que a disciplina e a persistência são fundamentais para conquistar grandes objetivos”, resume o atleta. “Os alunos que se desenvolvem não são sempre os que têm mais técnica, mas os que são determinados, vão atingir o resultado mais cedo ou mais tarde. Na competição, tinham atletas tecnicamente incríveis, mas nem sempre eles ganhavam. Aqueles que queriam mais, já se destacavam. O espírito de vencedor já estava com eles”.
Para Dias, é um exemplo do quanto os aprendizados podem fazer parte não só do mundo do esporte, mas da vida fora dele, quando é tratado com seriedade. “Muitos tem um certo preconceito com a arte marcial”, nota ele. “Até por causa da mídia, que mostra muito a parte do UFC, como algo agressivo, para machucar pessoas. Mas a arte marcial foi desenvolvida para a autodefesa, para a segurança. Ela te prepara muito mais psicologicamente, para enfrentar situações, do que propriamente utilizar a arte marcial. Eu pratico há mais de 15 anos, e depois disso, jamais me envolvi em uma briga. Nunca usei as técnicas na rua, me defendi de outras formas, antevendo situações, tendo a coragem para tomar direções diferentes, responder de uma forma diferente”. Por fim, o professor define: “O Taekwondo é um estilo de vida”.
