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Tabaco: pilar da economia santa-cruzense

Everson Boeck
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Mesmo com todas as restrições impostas à produção fumageira e as estatísticas que apontam redução no consumo de cigarros no Brasil, as perspectivas para o mercado mundial de tabaco são positivas. De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia, César Antônio Cechinato, a expectativa é que, nas próximas décadas, o mercado no exterior continue favorecendo a produção no País.

Arquivo RJ

O Sul do Brasil, especialmente a região central do Rio Grande do Sul, é considerada a principal produtora de fumo no mundo. “Daqui é que sai o melhor tabaco consumido no mundo. Portanto, temos segurança em dizer que o setor do tabaco, mesmo com todos os esforços de diversificação da administração municipal, vai continuar sendo o principal motor da economia. Sem dúvida a cultura atua positivamente sobre 66% dela, representando dois terços do total”, analisa o secretário.
Para Cechinato, o cenário internacional continua favorável para a produção de tabaco. “Pode haver um decréscimo no consumo do produto na Europa e em alguns países como Estados Unidos e o Brasil, porém, no sudeste asiático, principalmente na China, o consumo está cada vez maior. Já se fala, segundo estatísticas, que até 2050 o tabagismo, em nível mundial, estará crescente”, sublinha. Em todo o planeta, estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o número de consumidores vai aumentar entre 20% e 30% nas próximas duas décadas – embora no Brasil pesquisa recente tenha revelado uma queda no consumo nos últimos anos.

Influência na economia
Segundo Cechinato, o setor fumageiro atua direta e indiretamente no desenvolvimento do município. Todos os demais setores sofrem reflexos, principalmente no comércio e prestação de serviços. “Diante do aquecimento do mercado do tabaco, a tendência é que estas duas áreas apresentem cada vez mais crescimento, podendo se destacar mais que a indústria. Ou seja, à medida que as economias se tornem maduras, o país passa a ter patamares de desenvolvimento próximos a países de primeiro mundo”, considera.
Para o secretário, a “exuberância econômica” de Santa Cruz do Sul é fruto do sistema integrado de produção de tabaco. “Este modelo, idealizado em 1918 pela Souza Cruz, utilizado pela maioria das empresas do setor, é um dos grandes projetos que historicamente colocou nossas lavouras nos padrões de qualidade que têm hoje. Isso, entre outras iniciativas, colocou o município na posição que está hoje, como o maior pólo econômico do interior do RS”, esclarece.

Arquivo RJ

Cechinato: “Setor fumageiro é o que dá fortalecimento à economia local”

Impacto da safra
Para este ano, a estimativa é que a safra proporcione bons reflexos na economia local, de acordo com Cechinato. “Assim como na última safra, este ano parece que teremos bons resultados na comercialização do fumo. O dinheiro que o produtor recebe fica na lavoura, mas também gira em todo o município. Isso o mantém em crescente fortalecimento: gerando empregos, aquecendo a economia, atraindo empresas e investimentos”, esclarece. Cechinato garante que 75% da arrecadação em Santa Cruz do Sul é oriunda do setor fumageiro.

Diversificação
O secretário também frisa que a administração municipal busca e incentiva culturas alternativas ao tabaco. É um processo que já está em franco andamento. Segundo ele, hoje muitos produtores também se dedicam a outras culturas, mas reconhece que o fumo ainda é o produto que garante a receita mais expressiva. “Ainda vai demorar algum tempo para o fumo dar lugar a outro cultivo, pois ele precisa ser substituído por outro com o mesmo padrão de rendimento. Em quase todas as propriedades, no mundo inteiro, o tabaco pode ser explorado em baixas porcentagens em área, mas em termos de rendimento responde sempre por mais de 70% da receita”, sinaliza.