Início Economia Tabaco | Exportações devem superar 2024 em até 15%

Tabaco | Exportações devem superar 2024 em até 15%

Estimativa foi apresentada pelo presidente do SindiTabaco na reunião de ontem da Câmara Setorial

Brasil exportou 104 mil toneladas do produto no primeiro trimestre deste ano
Divulgação/SindiTabaco/Banco de Imagens RJ

Uma pesquisa conduzida pela Deloitte Brasil estima que, em 2025, os embarques de tabaco para o exterior devem ser superiores aos de 2024, na faixa de 10% a 15%, tanto em dólares, quanto em volume. Entre janeiro e março, o Brasil exportou 104 mil toneladas e US$ 744 milhões, -1,78% e +12,85%, respectivamente, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

China, Bélgica, Indonésia, Estados Unidos e Emirados Árabes estão entre os principais destinos no primeiro trimestre de 2025. O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing apresentou os resultados de exportação de 2024 e a expectativa para este ano durante a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, realizada ontem em Cachoeira, na Bahia.

“Fechamos 2024 com um resultado extremamente satisfatório. Só não batemos o recorde em dólares por questões logísticas, mas o tabaco terminou o ano como o segundo produto na pauta de exportações de Rio Grande do Sul, atrás somente do complexo soja”, frisou. Thesing também apresentou ao grupo o Projeto Solo Protegido, iniciativa do SindiTabaco em parceria com a Embrapa. “O projeto terá duração de cinco anos e visa avanços na produção sustentável e a ampliação das boas práticas agrícolas, bem como a mensuração do carbono no solo em áreas produtoras de tabaco”, informou.

Ele abordou ainda o lançamento do programa Tabaco é Agro – Diversificação das propriedades, uma continuidade das ações que já estão consolidadas pelo setor há 40 anos. “A renda do tabaco é o que permite ao produtor fazer a sua diversificação, garantindo uma segunda fonte de receita, segurança alimentar e beneficiando também o solo das propriedades”, reforçou.

Safra normal

O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Drescher, falou na reunião da Câmara Setorial sobre o andamento da safra 2024/25 e revelou que cerca de 30% dela já está comercializada. “Com a boa produtividade, a estimativa é de uma safra em torno de 700 mil toneladas. Não se trata de uma super safra, mas sim de uma safra normal, que considera a recuperação da produtividade perdida na safra anterior e o aumento previsto da área plantada, em torno de 10%”, observou. “A qualidade do tabaco parece estar dentro da normalidade em todas as regiões, fator fundamental para termos essa segurança de exportação de produto.”

Os impactos da reforma tributária no setor do tabaco foram abordados pelo executivo da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), Edmilson Alves. “Estamos aguardando a questão da alíquota. Não cabe mais aumentar, isso dá margem ao contrabando e ao descaminho. Esperamos que o setor não seja ainda mais prejudicado, considerando o tamanho do mercado ilegal já existente”, comentou.

Grupo de trabalho vai dialogar com o governo sobre a Cop 11

A 11ª Conferência das Partes (COP 11) esteve na pauta da 75ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, realizada ontem em Cachoeira, na Bahia. Romeu Schneider, presidente da Câmara, colocou em pauta a oficialização do grupo de trabalho voltado às discussões sobre a COP 11, com encaminhamentos previstos junto ao governo federal, visando a participação mais ativa dos produtores de tabaco nas discussões.

O deputado federal Rafael Pezenti (MDB-SC) esteve presente no encontro e se manifestou sobre seu projeto de lei que modifica a composição da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq), que é responsável por formatar a posição brasileira levada para as Conferências das Partes, realizadas entre os países que aderiram à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). Neste ano, o evento será em novembro, em Genebra, na Suíça.

“Atualmente, a Conicq tem 16 membros e nenhum deles defende efetivamente os produtores de tabaco. Buscamos assento para essa representação e queremos provocar essa discussão. Participei de uma COP no Panamá e foi uma humilhação, uma vergonha. Mesmo com a procuração do povo, como deputado federal, não pude acompanhar uma sessão bancada com o dinheiro público”, lembrou Pezenti.

Reuniões estão agendadas para julho, em Brasília,e setembro, na Expointer
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