Início Geral Tabaco | Começam os pagamentos de danos por granizo

Tabaco | Começam os pagamentos de danos por granizo

Total dos valores pagos pela Afubra aos associados na atual safra é superior a R$ 167,4 milhões

Rio Grande do Sul foi o Estado da Região Sul do Brasil mais atingido por granizo
Divulgação/Afubra

Os pagamentos do Sistema Mutualista da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) aos associados que sofreram danos por granizo na safra 2024/25 iniciam hoje. Nesta primeira semana, serão mais de R$ 72 milhões em repasses. O valor contabilizado até a última sexta-feira, 21, era de R$ 167.483.186,00, mas pode aumentar, pois 7% da safra ainda está na lavoura e sujeita a intempéries.

O tesoureiro da Afubra, Fabricio Murini, explicou que os primeiros associados a receberem são aqueles que pagaram a mutualidade à vista e os que quitaram sua ordem de pagamento (OP) junto à empresa integradora, por meio do Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT). Na sequência, haverá pagamentos semanais até atingir a totalidade de associados que sofreram danos por granizo.

Os pagamentos dos valores referentes à queima de estufas e ao auxílio funeral são repassados na sequência à solicitação, durante o ano, conforme ocorrem os sinistros. Na safra 2024/25 já foram pagos mais de R$ 16 milhões relativos a danos por incêndio. Em relação ao auxílio funeral dos associados e cônjuges, foram desembolsados mais de R$ 9 milhões. “Totalizando os valores, os repasses ultrapassarão R$ 97 milhões no decorrer desta semana”, calculou Murini.

Mesmo com números vultosos, os estragos por granizo estão dentro da normalidade. Comparando com a safra 2023/24, que teve repasse de mais de R$ 215 milhões só em auxílio a danos pela intempérie, os pagamentos são significativamente inferiores. “Em decorrência do El Niño e outros fatores, os índices foram bastante expressivos. Foi uma das diferenças mais elevadas na comparação entre o número de atingidos e o total de inscritos”, observou o tesoureiro.

Por Estados, o Rio Grande do Sul teve 9.016 propriedades atingidas por granizo; Santa Catarina, 3.265; e o Paraná, 5.337. Até o momento são 17.618 lavouras afetadas, com 93% da safra colhida. “Na safra passada, foram mais de 36 mil lavouras atingidas”, comparou Fabricio Murini. “Nossa torcida é que todos os produtores façam uma boa colheita e não precisem usar os auxílios, mas, quando acontecem danos, a Afubra está aí para amparar e atender da melhor forma os associados”, frisou.

Em relação às regiões mais atingidas por granizo na atual safra, a principal foi a de Imbituva e Irati, no Paraná, com danos em 5.139 lavouras. “Devemos levar em conta que é a região onde temos o maior número de associados”, explicou Murini. Em segundo lugar está a região sul gaúcha, com 4.664 atingidos em Camaquã, São Lourenço e Canguçu. Depois, a de Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires somou 3.096 danos em propriedades.

COMERCIALIZAÇÃO

A venda da safra 2024/25 está um pouco mais lenta do que em anos anteriores. Fabricio Murini apontou como possíveis motivos o acordo sobre o preço do tabaco, com apenas duas empresas, e a legislação de classificação do produto nas propriedades. “O atraso na decisão de parte dos produtores de fazerem a comercialização ocorre no Rio Grande do Sul. Já em Santa Catarina e Paraná, a comercialização está mais dentro da normalidade. A partir da classificação na propriedade, o produtor não corre risco de não haver acordo na esteira da empresa e ele precisar arcar com as custas do transporte de retorno da produção para a sua propriedade” ressaltou.

Murini lembrou que, há quatro anos, a variação do custo de produção é feita em conjunto com as empresas, mas as negociações nem sempre evoluem. “Não é isso que o Sistema Integrado rege e, nas próximas semanas, possivelmente vamos reunir nossa comissão de representação dos fumicultores para tomar um posicionamento”, adiantou o tesoureiro da Afubra. Ele apontou como fato significativo do custo de produção a redução no valor do pacote de insumos, especialmente dos adubos de base de cobertura, o que fez com que a variação de índices entre as empresas ficasse de 6,8% a 10,55%.