Ação é uma das exigências do protocolo bilateral de comércio entre Brasil-China e foram analisados 51 lotes, de sete empresas exportadoras
Pelo terceiro ano, a pré-inspeção do tabaco, uma das exigências do protocolo bilateral de comércio entre Brasil-China, ocorreu sem a presença dos técnicos da Administração Geral das Alfândegas da República da China (GACC) devido à pandemia. Em acordo com o GACC, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) ficou encarregado da coleta das amostras do produto processado e envio à Central Analítica da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) para testes laboratoriais que comprovem a fitossanidade do tabaco brasileiro antes do embarque.
O encerramento oficial das atividades ocorreu nesta sexta-feira, 29 , por videoconferência, e reuniu representantes do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e empresas exportadoras, do MAPA, dos órgãos estaduais de Defesa e Sanidade Vegetal, da China Tabaco Internacional do Brasil (CTIB) e da UNISC.
O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, cumprimentou os parceiros presentes no encontro e reforçou a importância da China para o setor de tabaco brasileiro. “Expresso meu agradecimento à CTIB pela intermediação deste importante trabalho, especialmente nesses três últimos anos, quando devido à pandemia foi necessário reformular a operacionalização da inspeção. Também ao MAPA e à UNISC, nosso agradecimento pela parceria e eficiência. Estamos muito satisfeitos de chegar ao final de mais uma pré-inspeção com bons resultados e esperamos poder retomar esses encontros no futuro porque isso significará a manutenção dos negócios com a China”, disse Schünke. Em 2021, a China foi o segundo maior importador do produto, gerando divisas de US$ 183 milhões.
A responsável técnica do laboratório da Central Analítica da UNISC, professora Adriana Dupont Schneider, destacou que foram 30 dias de intenso trabalho. “Analisamos 51 lotes de sete empresas, e todos os resultados foram negativos para as pragas que fazem parte do acordo entre Brasil e China. Não foram encontrados patógenos e estamos agora na expectativa da aprovação do embarque do produto pelas autoridades chinesas”, analisou.
Roque Danieli, auditor fiscal do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal do MAPA no RS, apresentou o relatório das atividades da pré-inspeção. “Todos os lotes foram aprovados e as empresas auditadas foram habilitadas para exportação. Além disso, nas propriedades que temos auditado, não encontramos inconformidades em relação ao correto uso de defensivos agrícolas, o que também é uma conquista da cadeia produtiva, resultado direto do Sistema Integrado e do constate trabalho de atualização dos técnicos das empresas. Recomendamos a continuidade do trabalho de orientação para a manutenção destes patamares da qualidade física e química do tabaco e de prevenção das pragas quarentenárias”, comentou Danieli.
Eduardo Henrique Porto Magalhães, chefe da Divisão de Fiscalização e Certificação Fitossanitária Internacional do MAPA em Brasília, representou o diretor da Divisão, Carlos Goulart. Ele reforçou a importância das exportações de tabaco e fez um reconhecimento do esforço das indústrias para a manutenção do acordo. Já o superintendente substituto do MAPA no Rio Grande do Sul, José Ricardo de Matos Cunha, destacou a parceria entre o MAPA, a China e os representantes das empresas, bem como o trabalho dos auditores fiscais que conduziram as auditorias.
O vice-presidente da China Tabaco Internacional do Brasil (CTIB), Yongsheng Qu agradeceu a colaboração por parte do SindiTabaco, bem como do Mapa e UNISC na condução dos trabalhos. “As inspeções trouxeram resultados positivos e passamos agora a uma segunda etapa que é a de avaliação dos documentos pelo GACC”, disse o executivo.