Luísa Ziemann
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Um momento para falar sobre desenvolvimento sustentável e preservação no meio industrial. Esse foi o objetivo da edição deste mês do Tá na Hora, evento realizado mensalmente pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul. O encontro foi realizado ontem no restaurante do Hotel Águas Claras e contou com a presença de autoridades, associados da entidade e imprensa. Com o tema “A influência da sustentabilidade nos negócios”, houve um bate-papo com o diretor-geral da CMPC Brasil, Maurício Harger.
CEO da maior indústria do Estado – conforme o Índice de Valor Ponderado de Grandeza (VPG) –, Harger também é líder de um projeto bilionário na área de ESG (governança social, ambiental e corporativa, na sigla em inglês), o BioCMPC. Este é considerado o maior investimento da história do Rio Grande do Sul. Formado em Engenharia Mecatrônica pela PUC de Minas Gerais, o empresário possui MBA em Gestão Estratégica de Negócios pelo ITA-ESPM e especialização em Finanças Avançadas pelo New York Institute of Finance. Com um currículo extenso, Harger é diretor-geral da CMPC no Brasil desde 2018.
O BioCMPC, projeto avaliado em R$ 2,75 bilhões para promover melhorias na unidade industrial em sustentabilidade e eficiência operacional, é a menina dos olhos do engenheiro, que se considera um grande defensor e entusiasta do tema ESG. “Ter a oportunidade de mostrar para os empresários e empreendedores como é possível a gente transformar os negócios, fazer bem para o planeta e ainda ganhar dinheiro com isso, sempre é gratificante”, ressalta Harger.
Ele afirma que desenvolvimento sustentável é o produto do futuro. “Existe uma grande demanda da sociedade para que os processos industriais sejam transformados para a sustentabilidade. Quem estiver na frente vai ganhar mais mercado do que outros e ainda estará fazendo um bem para o nosso planeta”, aponta. O empresário destaca também que uma das grandes tendências mundiais é a geração de emprego e renda no mundo da economia circular, que é o conceito da atividade econômica que contribui para a saúde geral do sistema. “Ainda vamos experimentar muitos investimentos e ter muitas novas profissões com base na economia na economia verde e na sustentabilidade”, prevê.
PARA PEQUENO E MÉDIO PORTE
O CEO aproveitou a reunião-almoço com empresários de Santa Cruz e região para reiterar que os temas sustentabilidade e ESG não devem ficar restritos às grandes indústrias e precisam se tornar realidade dentro de companhias de pequeno e médio porte. “As empresas que fizerem mais investimentos e estiverem mais alinhadas a essas demandas da sociedade terão mais chances de venderem seus produtos aos consumidores, serão empresas perenes. Sustentabilidade tem a ver com perenidade”, ensina.
Além disso, Harger salienta que nem sempre são necessários investimentos milionários em sustentabilidade para que se colham bons frutos. “Inicialmente há uma resistência por parte de empresas menores porque se tem a percepção de que investir nisso vai gerar um custo que instituições que produzem em pequena escala muitas vezes não tem”, observa. “A ideia é justamente que possamos estimular os empreendedores com exemplos reais, mostrando que não é tão assustador quanto parece. Muitas ações têm mais a ver com atitude do que com investimento. Existem muitas oportunidades que nascem através da criatividade”, frisa.
Também fizeram parte do bate-papo do Tá na Hora o presidente da ACI de Santa Cruz, César Cechinato; a coordenadora da divisão ESG da Federação das Entidades Empresiariais do Rio Grande do Sul (Federasul) e gerente de relações institucionais da Fruki, Fabíola Eggers; o diretor de Sustentabilidade da ACI, João Vogt; e o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Venâncio Aires (Caciva), Vilmar de Oliveira. Essa edição teve a parceria da vice-presidência regional da Fiergs/Ciergs e patrocínio de JTI, BRDE, Philip Morris Brasil, BAT Brasil, Safe Investimentos, Universal Leaf, Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e Gazeta Grupo de Comunicações.