Ministro da Economia no governo Bolsonaro, Paulo Guedes é defensor da instauração de uma liberal-democracia no Brasil, com redução do Estado em termos econômicos e um fortalecimento do mercado em matéria de liberdade e competitividade. Guedes entende que, entre 1985 e 2018, o País foi governado sob uma social-democracia. É uma tese que merece ser levada em consideração.
O que é a social-democracia, afinal? Na perspectiva socialista, a ideia é fazer uma revolução para derrubar o capitalismo e entregar os meios de produção ao Estado, para acabar com as diferenças sociais. A questão que prejudicou o socialismo foi sua “práxis” ditatorial, o que inclui, obviamente, a falta de uma liberdade considerável para o mercado.
Por outro lado, a social-democracia se diferencia da perspectiva socialista, em vários aspectos. A social-democracia admite uma junção de políticas sociais, com participação do Estado, dentro do capitalismo, sem uma ação revolucionária. O Brasil das últimas décadas é um exemplo disso.
Um dos marcos da social-democracia em nosso País, é a Constituição de 1988, uma espécie de “Constituição social”, que procurou focar no combate às grandes desigualdades brasileiras. Segundo Guedes, outro ponto importante na social-democracia foi o estabelecimento de partidos “sociais” e “trabalhistas”. Vale lembrar que partidos “liberais” também se estabeleceram.
Na passagem da Ditadura Militar para a democracia, não houve revolução, mas ocorreu um capítulo muito especial e positivo em termos de mobilização popular, que foi o movimento “Diretas Já”, em 1984. O “Diretas Já”, que queria retomar a democracia e as eleições presidenciais com voto popular, foi um movimento pacífico e de grande participação. Se o Brasil virou uma democracia, ou uma social-democracia, muito se deve ao movimento “Diretas Já”.