A cada 100 empresas criadas no Rio Grande do Sul, 75 sobrevivem aos dois primeiros anos de vida. É o que demonstra o estudo Sobrevivência das Empresas, divulgado nesta quarta-feira, dia 10 de julho, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A pesquisa é relativa a empresas abertas em 2007 e mostra o crescimento da taxa de sobrevivência nos últimos anos. O estudo do Sebrae também mostrou uma melhora da média nacional de sobrevivência das empresas, que atingiu 76%.
De acordo com o presidente do Sebrae/RS, Vitor Augusto Koch, o resultado reflete o bom momento da economia do País e demostra que os empreendedores estão se preparando melhor antes de abrir as próprias empresas. “A melhoria da escolaridade se reflete em empreendedores mais preparados para gerir seus negócios e enfrentar a concorrência. Outro ponto que influencia no aumento da taxa de sobrevivência das pequenas e micro empresas é o bom desempenho da economia do País como um todo, o que culminou no crescimento da classe média e do número de consumidores”, analisa Koch.
No ranking entre capitais, Porto Alegre aparece em 1º lugar na região Sul e em 11º em todo o País, com 71% de sobrevivência das empresas nos dois primeiros anos. O resultado, abaixo da média estadual, ocorre por alguns fatores, conforme explica o presidente do Sebrae/RS: “As capitais tendem a apresentar uma concentração maior de empresas, o que pode gerar uma sobreoferta de produtos e serviços. O elevado custo de alugueis, IPTU e salários são fatores que geram despesas maiores para as empresas nestes municípios e ajudam a explicar o menor índice de sobrevivência.”
O estudo mostra ainda que, no Rio Grande do Sul, a indústria é o setor em que as empresas obtêm maior sucesso no período inicial. De cada 100 empresas abertas neste setor, 80,8 permanecem ativas nos dois primeiros anos de vida. Em seguida, aparecem as empresas do comércio (77%), construção civil (72,8%) e serviços (71,9%).
Comparação com outros países
Tomando como referência o estudo de sobrevivência das empresas feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) junto a 15 países, a taxa mais alta é da Eslovênia, com 78%. Ao atingir 76%, o Brasil supera países como o Canadá (74%), Áustria (71%), Espanha (69%), Itália (68%), Portugal (51%) e Holanda (50%), entre outros. O estudo da OCDE é o que mais se assemelha ao do Sebrae, no entanto considera ativa a empresa que tem ao menos um funcionário. Já o censo feito pelo Sebrae considera ativa a empresa que está em dia com a declaração fiscal junto à Receita Federal.