Ricardo Gais
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Provocada por vírus, bactérias ou fungos, a infecção respiratória se torna mais comum devido à baixa umidade do ar e alterações bruscas nas temperaturas nesta época do ano. Além de as pessoas ficarem por mais tempo em ambientes fechados, com pouca ventilação, os dias frios são mais propensos a essas doenças.
A infecção respiratória pode atingir desde as vias aéreas superiores, como narinas, garganta ou ossos da face, até as vias aéreas inferiores, como brônquios e pulmões. O risco de transmissão dessas infecções também é alto e pode se propagar facilmente em locais com aglomeração, escolas ou ônibus, por exemplo.
De acordo com o epidemiologista da Secretaria da Saúde (SESA), Luciano Duro, os sintomas mais comuns que as pessoas podem apresentar são tosse, irritação na garganta, coriza e espirros. “Orientamos as pessoas usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), que estiverem com esses sintomas, a procurar suas respectivas unidades básicas de saúde, ou locais de pronto atendimento”, informou. Para o momento, o epidemiologista aponta que não se observou um aumento significativo na demanda de consultas por sintomas respiratórios em Santa Cruz.
As complicações oriundas da doença podem evoluir para uma pneumonia, piora do estado de saúde e ocasionar em internações hospitalares. “A história natural das infecções virais respiratórias, incluindo o coronavírus, é da maioria das pessoas melhorar espontaneamente em até dez dias”, pontuou Luciano Duro.
Outra questão importante é que as pessoas podem estar confundindo a infecção respiratória com a Covid-19, por apresentarem sintomas semelhantes. Para sanar a dúvida, o cidadão deve procurar por alguma unidade de saúde, o pronto atendimento ou a rede privada para realizar um teste Covid. O epidemiologista ainda orienta para funcionários de empresas que apresentarem tais sintomas, buscar pelo atendimento médico e cumprir com o que lhe for recomendado.
Transmissão está elevada
Conforme os dados compilados pelo sistema InfoGripe – que reporta os casos de internação por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no País – a taxa de transmissão comunitária dos vírus respiratórios está “extremamente” alta em 83 das 118 macrorregiões de saúde em que o Brasil é dividido. Em outras 19, está muito alta e em 13 está alta.
Desde o ano passado, o indicador do InfoGripe acompanha os casos de Covid-19, já que, entre os pacientes testados e com resultado positivo para os vírus respiratórios, 96,1% constataram SARS-CoV-2 em 2021. No ano passado foram 98% dos casos positivos para o coronavírus. Os dados que constam no boletim são referentes à semana epidemiológica 23, de 6 a 12 de junho.
A situação é mais tranquila nos estados do Amazonas e de Roraima, em parte do Pará e do Mato Grosso, a qual não está em vermelho. Isso significa que a maior parte do País registrou 10 casos ou mais de SRAG por 100 mil habitantes. O InfoGripe aponta para uma tendência geral de queda ao longo prazo. Mas há a probabilidade de crescimento das internações por SRAG nos estados do Acre, Amazonas, Goiás e o Distrito Federal. A estabilidade deve ocorrer no Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Espírito Santo, Rondônia, Mato Grosso e Santa Catarina. O Rio Grande do Sul apresenta probabilidade de queda.
Já os óbitos relacionados à SRAG estão com dados semanais na zona de risco e com ocorrência de casos “muito alta”. Entre os pacientes que morreram e tiveram um resultado positivo para teste laboratorial, 99% acusaram SARS-CoV-2. (Com informações da Agência Brasil).