Lucca Herzog
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A defesa da cadeia produtiva e dos interesses comuns às empresas associadas pautou os 18 anos de atividades de Iro Schünke junto ao Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). Em coletiva de imprensa realizada na última quinta-feira, 17, ele relembrou as principais ações desenvolvidas ao longo desse período.
Ao assumir o então Sindifumo, em 2006, Schünke instituiu gestões participativas, que contaram com o engajamento das associadas por meio da criação de comissões e grupos de trabalho para a discussão dos temas de interesse das empresas. Outra marca de sua gestão foi a profissionalização da entidade, com a contratação de assessorias internas e terceirizadas, como comunicação, jurídica, eventos e de tecnologia da informação.
Em 2008, uma mudança significativa: a alteração do nome Sindifumo para SindiTabaco, modernizando o conceito da entidade. “Ao longo dos anos, a missão da entidade segue firme: representar e defender os interesses comuns das associadas. Mas, desde 2008, passamos a comunicar nossos feitos com muito mais ênfase, e estabelecemos três pilares para a atuação do sindicato: assuntos regulatórios, sustentabilidade e visibilidade”, explicou.
Schünke também liderou a extensão da base territorial do sindicato, que passou a interestadual em 2010 (exceto nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia). Nesse momento, a entidade expandiu a representação do setor em diferentes fóruns, como no caso da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em que participou da diretoria e de conselhos como Codema, Concex, Contrab e Conagro.
O presidente também foi atuante na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, promovida pelo Ministério Agricultura, e teve um papel de articulação na Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), na Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), junto aos principais representantes dos agricultores, como a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e as federações dos três Estados do Sul, bem como com as Assembleias Legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal. Ele teve também papel na defesa do setor em audiências públicas preparatórias às Conferências das Partes (COPs) e junto a órgãos federais e estaduais. “Costumo dizer que o tabaco corre em minhas veias, e a defesa desse setor pautou grande parte da minha vida”, enfatizou Schünke.
Outra área de atuação foi a sustentabilidade. Schünke liderou a entidade durante o acordo com Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul, em 2009, e em Brasília, em 2011 (SC e PR), e levou a cadeia produtiva a ser protagonista no combate ao trabalho infantil no meio rural, por meio de oportunidades e alternativas para os jovens. Ele destacou o legado que considera um dos mais significantes: “A fundação do Instituto Crescer Legal, em 2015, foi o resultado de muitos anos de trabalho e tem sido inspiração para muitos setores agrícolas. É onde eu me realizo como pessoa, onde está o meu lado mais emotivo, porque me identifico muito com esses adolescentes”.
Nova gestão
Durante a coletiva, Valmor Thesing, que assume hoje a gestão, ressaltou a importância do trabalho realizado, e comentou sobre os desafios e o futuro do SindiTabaco. “É uma honra ter sido eleito para representar um sindicato com a envergadura e os feitos do SindiTabaco, resultado do trabalho do meu antecessor e dos profissionais experientes e capacitados que atuam para o funcionamento das iniciativas, juntamente com o apoio das empresas associadas”, frisou.
Natural de Santa Cruz do Sul, formado em Economia pela Unisc, e técnico em Contabilidade, Thesing iniciou sua carreira no setor na empresa Tabacos Brasileiros, atual Universal Leaf. Com 40 anos de experiência, trabalhou nas áreas de contabilidade, suprimentos e logística, recursos humanos e administrativo. O novo presidente da entidade assume a gestão até 2027.
“Quero também destacar o apoio da minha empresa, pelas oportunidades de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional ao longo desses 40 anos. Sinto-me preparado e consciente dos desafios que enfrentaremos, mas manteremos a postura resiliente, unida, engajada, alinhada e comprometida para superar os desafios inerentes ao setor”, definiu Thessing. “Precisamos fortalecer ainda mais o nosso Sistema Integrado de Produção de Tabaco, ampliar o trabalho para regulamentação dos DEFs (dispositivos eletrônicos para fumar) no Brasil e minimizar a tentativa de aumento de impostos sobre cigarros, o que nos leva a outro grande desafio, que é o combate ao mercado ilegal.”