A primeira etapa de um importante trabalho para a preservação da Mata Atlântica foi concluído na sexta-feira, 27 de julho. Representantes da Superintendência do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Rio Grande do Sul receberam do presidente do SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco), Iro Schünke, um relatório parcial do monitoramento da cobertura florestal, relativo ao ano de 2012, em três blocos geográficos situados no interior do Rio Grande do Sul. O encontro foi realizado na sede da superintendência, em Porto Alegre.
O monitoramento é a primeira etapa do projeto realizado pelo Laboratório de Sensoriamento Remoto, do Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Maria. Coordenado pelo professor Rudiney Soares Pereira, o estudo continua em 2013 e 2014. O trabalho de monitoramento, intitulado Tecnologia de monitoramento automatizado da cobertura florestal em áreas de floresta estacional decidual na região Centro Serra do RS, deverá acompanhar a evolução ambiental da região no período de três anos consecutivos.
Maria Helena Annes
Encontro foi realizado na sede da Superintendência do Ibama, em Porto Alegre
O relatório e as fotos digitalizadas, que serão agora analisados pela equipe técnica do Ibama, fazem parte do Termo de Compromisso firmado com o Instituto e o Ministério do Meio Ambiente, em agosto de 2011, e prevê um sistema de monitoramento de três áreas de grande expressividade para a produção de tabaco no estado, totalizando uma área de 5.991,29 km².
De acordo com o analista ambiental Tarso Isaia, chefe do Escritório de Santa Maria, este primeiro mapeamento é o ponto de partida para estabelecer comparações da paisagem permitindo o monitoramento ambiental da região.
O superintendente do Ibama/RS, João Pessoa Moreira Junior, acredita que o relatório é mais uma ferramenta para a complementação desse projeto, paralelo às ações de fiscalização na região do Bioma Mata Atlântica que são atribuições legais e permanentes do órgão, em competência comum com o órgão ambiental estadual. Para Iro Schünke, presidente do SindTabaco, a entrega do relatório vem ao encontro da premissa que o setor do tabaco tem seguido há muitos anos: a produção sustentável. “Além disso, é motivo de orgulho e satisfação por se tratar de resultado direto de um diálogo inédito entre setor público e privado”, ressalta Schünke.
Municípios monitorados
1º bloco: municípios onde predominam as culturas do fumo, milho, arroz e soja
Arroio do Tigre, Estrela Velha, Ibarama, Lagoa Bonita do Sul, Passa Sete, Salto do Jacuí, Segredo, Sobradinho e Tunas.
2º bloco: áreas de campo voltadas à pecuária com grandes e médias propriedades
Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Julio de Castilhos, Pinhal Grande, Restinga Seca, Santa Maria, São João do Polêsine e Silveira Martins.
3º bloco: atividades heterogênicas baseadas na agropecuária e na agricultura familiar
Capão do Cipó, Jaguari, Jarí, Mata, Nova Esperança do Sul, Santiago, São Francisco de Assis, São Vicente do Sul, Toropi, Tupanciretã e Unistalda.