Como se não bastasse a preocupação dos pais com a exposição dos filhos à violência e à erotização apresentadas na TV, agora eles têm mais um desafio: protegê-los dos predadores que navegam na internet atrás de suas presas.
No dia 14, um jornal gaúcho contou a história da dona de casa Marilaine dos Santos Aguirre, que controla os conteúdos que a filha Nicóli, de 10 anos, acessa nas redes sociais. Mesmo ignorando os termos de uso do Facebook, que proíbe a criação de perfil por menores de 13 anos (se a criança mentir a idade, a punição pode ser gravíssima, inclusive para os pais), Marilaine monitora todos os convites que a menina recebe. Essa atitude tem o apoio do Ministério Público. “Os pais devem adotar todos os cuidados para que as crianças não corram riscos na internet”, aconselha o promotor de Justiça João Ricardo Tavares.
A lista de ameaças inclui desde a facilidade de acesso a conteúdos inapropriados para menores de idade até conversas sigilosas com estranhos mal-intencionados que aproveitam o anonimato para aliciar as crianças.
Foi o que aconteceu com a canadense Amanda Todd, que, aos 12 anos, cometeu um erro fatal: mostrou os seios num bate-papo on-line no Facebook. Amanda tinha o hábito de conhecer novas pessoas nos chats e, certa vez, um estranho lhe pediu para ligar a webcam e fazer um topless. Ela topou. Ele publicou a foto no Facebook. Ela perdeu os amigos e o respeito de todos. Envergonhada, mudou de escola e postou um vídeo no Youtube pedindo ajuda. Mas, como a zoação não teve fim, ela se suicidou em outubro do ano passado, aos 15 anos de idade.
A verdade é que o conselho de mãe “nunca fale com estranhos na rua”, com o surgimento dos bate-papos virtuais, mudou para “nunca tecle com estranhos nas redes sociais”. Como saber quem está do outro lado?
Em Caxias do Sul, em março, a imprensa noticiou o caso dos detentos que foram flagrados postando fotos e comentários no Facebook de dentro da cadeia. Em uma das conversas, um ex-apenado, amigo de um dos presos, comentou: “E vagabundo, logo tu tá no mundão”. Algumas horas depois, o detento respondeu de dentro da cela: “É nós mano”.
Como se pode ver, criança conectada exige pais mais atentos. Por isso, acompanhe de perto os passos do seu filho no mundo virtual.