Luciana Mandler
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A pandemia de Covid-19 trouxe impactos para os mais diversos setores. E se enganou quem achou que este reflexo não seria sentido no setor imobiliário. Desde o início da pandemia, no setor de locação, principalmente em se tratando dos pontos comerciais, houve uma baixa procura e também uma desocupação de pontos comerciais. “No entanto, desde março deste ano vem mostrando uma recuperação e aumento na procura. Isto tudo vem ao encontro de todas as pesquisas que mostram que o comércio está reagindo e reiniciando um novo ciclo de crescimento”, aponta o presidente da Sociedade das Empresas Imobiliárias de Santa Cruz do Sul (Seisc), Flávio Bender.
Quanto ao comércio de compra e venda de imóveis, no período compreendido entre março de 2020, quando todas as atividades comerciais paralisaram, houve uma grande redução no volume de negócios. Porém, no segundo semestre de 2020 já começou a mostrar uma reação e segundo Bender, neste ano de 2021, o mercado se reaqueceu e está indo muito bem.
Para o diretor da empresa Vêneto Empreendimentos Imobiliários e vice-presidente do Sinduscon-RS, Astor José Gruner, desde que começou a pandemia foi um ano atípico, difícil de analisar e difícil de tirar grandes conclusões. “Ano passado, em março se fechou todas as atividades e depois se afrouxou as medidas, e agora se vê que talvez não deveriam apertar tanto lá no início e isso trouxe impacto, deixou todos sem chão”, reflete.
Segundo Gruner, no fim de 2019 se tinha uma expectativa que 2020 seria bom. “Havia construções previstas, lançamentos, e a pandemia fez com que tudo parasse”, recorda. “No entanto, após alguns meses o setor financeiro imobiliário caiu e os investidores ou quem tinha algum dinheiro guardado enxergou um ganho, pois houve baixa remuneração imobiliária” destaca.
Outro fator que contribuiu para aquecer o setor foi o mercado de residências devido ao trabalho home office. “Quem morava em um apartamento e/ou um casal com um filho começou a procurar residências com pátios, condomínios, o que aqueceu as vendas”, exemplifica. Para Gruner, o mercado de ampliações, reformas, melhorias também ficou mais movimentado, pois com as pessoas mais em casa, elas começaram a enxergar as necessidades e precisaram se readequar.
É o que confirma também o presidente do Seisc, Flávio Bender: “a pandemia mostrou uma mudança nas exigências de compra das pessoas, que passaram a procurar por imóveis mais espaçosos, visto que durante muito tempo ficaram em casa, e com isso sentiram esta necessidade de ter, para alguns, home office, um pátio maior. Inclusive houve também uma procura muito maior por áreas rurais (chácaras) do que em tempos atrás”, salienta.
PARA O 2º SEMESTRE
E quando tudo parecia estar retornando, a pandemia se intensificou no fim do ano passado e o mercado retraiu novamente. “Agora, cerca de três meses, nota-se pequeno aquecimento”, aponta. “Mesmo que o cliente não feche negócio, já começou a procurar e pesquisar por imóveis, o que é um bom sinal”, avalia Astor José Gruner.
Para o segundo semestre, o diretor da empresa Vêneto Empreendimentos Imobiliários e vice-presidente do Sinduscon-RS projeta melhoras no setor imobiliário. “Temos empreendimentos que estão sendo trabalhados para serem lançados no segundo semestre”, adianta. “Enxergo boa perspectiva, pois quando temos ano eleitoral em nível nacional, acaba havendo investimentos para fomentar a economia. O dólar também baixou, reduzindo exportações, o que ajuda para o mercado interno”, finaliza.
O presidente da Seisc, Flávio Bender também aposta em melhora no setor. “Fazendo uma avaliação do mercado imobiliário atual, diria que o cenário é muito bom, com o restabelecimento de todas as atividades, indo tudo para a normalidade, aposta-se em um mercado aquecido para um bom período daqui para a frente”, frisa. “Isto pode ser comprovado pelos novos lançamentos imobiliários em nossa cidade, quer seja em produtos comerciais, residenciais e em loteamentos”, completa.
Flávio Bender afirma que o mercado imobiliário nunca vai estagnar, “pois como diz o ditado ‘quem casa quer casa’ vai continuar”, pontua. “Novas famílias se formando, o crescimento natural das cidades e a necessidade de novas unidades habitacionais”, acrescenta.
De acordo com o presidente da Seisc, o imóvel sempre foi e continuará sendo uma “moeda forte” e segura, pois o risco de perda neste tipo de investimento é praticamente zero e com grande chance de uma valorização muito boa e atraente. “O que se deve considerar também é que com a pandemia muitas pessoas com renda e condições não tiveram onde gastar seus recursos, ficando com uma sobra maior para investimentos (viagens, férias, restaurantes, teatro, shows, etc), e devido queda nos rendimentos de outros investimentos vieram a adquirir imóveis para investir as sobras financeiras”, finaliza.