No dia 28 de fevereiro foi celebrado o Dia Estadual de Combate às Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteo-musculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Em Santa Cruz do Sul, através da Unidade Municipal de Referência em Saúde do Trabalhador (UMREST), no dia 29, foi realizada ação na Praça Getúlio Vargas com a distribuição de folders e orientação. É importante lembrar ser muito comum encontrar sinais e sintomas de depressão e angústia associados ao diagnóstico de LER e DORT. O estigma e o preconceito ao trabalhador que sofre com tais doenças pode desencadear sofrimento psíquico, baixa autoestima, isolamento e frustração, o que acaba interferindo de forma negativa na recuperação e no dia a dia dessas pessoas.
A dor é o principal sintoma de quem tem LER ou DORT e costuma iniciar discreta, o que frequentemente leva a pessoa a deixar de lado os sintomas e prosseguir sua rotina de atividades. Também é muito comum o receio de perder o emprego ou receber uma advertência no trabalho. No entanto, ao evoluir para um quadro mais contínuo da dor a pessoa costuma perceber o quanto sua relação com o trabalho, como: a organização do ambiente, o ritmo de trabalho, pausas, hierarquias, autonomia e conhecimento sobre o que produz, entre outros, interfere no processo saúde/doença.
O sofrimento psíquico torna-se intenso a medida que existe a percepção das limitações, mas permanece o desejo de se prosseguir trabalhando, produzindo e sentindo-se útil. A estas situações o acompanhamento multiprofissional costuma ser o mais indicado, porém, o apoio familiar, dos colegas de serviço e superiores é essencial no tratamento. Contudo, assim como outras doenças que ainda não têm “cura”, o melhor tratamento é a prevenção e a escuta do corpo. Fica o alerta para que cada um de nós reveja suas tarefas e a organização do trabalho para evitar o desencadeamento de LER ou DORT, bem como a fundamental importância de se procurar ajuda e tratamento.
*Psicóloga da UMREST, da Prefeitura de Santa Cruz do Sul