O mês de abril é dedicado aos indígenas no Brasil, inclusive com um dia especificamente voltado a eles (19 de abril). Na história do Rio Grande do Sul, um dos grandes líderes indígenas foi Sepé Tiaraju, declarado “Herói da Pátria” pelo governo federal em 2009. Sepé viveu no século 18 e foi chefe dos Sete Povos das Missões, aldeamentos fundados por padres jesuítas espanhóis no atual Rio Grande.
Em 1750, o Tratado de Madri foi assinado entre Espanha e Portugal, para redefinir a distribuição de terras nas colônias sul-americanas. Pelo acordo, as áreas dos Sete Povos, pertencentes até então à Espanha, deveriam ser repassadas a Portugal. A coroa portuguesa exigiu que os povos missioneiros fossem expulsos daquelas terras, gerando revolta entre os indígenas guaranis que habitavam os Sete Povos.
O impasse provocou a Guerra Guaranítica, que colocou em conflito os indígenas contra as tropas portuguesas e espanholas. Sepé Tiaraju foi assassinado e, apesar da forte resistência, os guaranis perderam a guerra. Mas a bravura indígena não foi em vão: as populações dos Sete Povos, com a dissolução destes, espalharam-se pelo atual território do Rio Grande do Sul. Este fator foi muito importante na formação populacional do nosso estado.
Por esse e outros motivos, o Rio Grande deve muito da sua identidade aos povos indígenas. Sepé Tiaraju é um símbolo da história gaúcha, reconhecido pelo governo federal com a declaração de “herói guarani missioneiro rio-grandense”, conforme o documento emitido em 2009. A população gaúcha deve olhar para o passado e reconhecer a contribuição dos indígenas na construção do Rio Grande do Sul.