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Seminário discute a Atenção Básica em Santa Cruz do Sul

Fotos Luana Ciecelski

Evento contou com médicos estrangeiros atuantes na região

 

Luana Ciecelski
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Para discutir formas de fortalecer o serviço de Atenção Básica no município de Santa Cruz do Sul e região, aconteceu ontem, durante todo o dia, no auditório do curso de Medicina do Hospital Santa Cruz, o Seminário Regional de Atenção Básica. Estavam presentes a Secretária Estadual de Saúde, Sandra Fagundes, o Secretário Municipal da Saúde, Carlos Behm, a Coordenadora Regional de Saúde, Eliana Giehl, além dos 23 médicos cubanos que estão atuando na região através do programa Mais Médicos e os secretários de saúde e coordenadores de Equipes de Vigilância em Saúde regionais.
De acordo com o Coordenador do Núcleo Regional de Educação em Saúde Coletiva (Nuresc), da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Jader Samuel Gonçalves, o seminário partiu da Secretaria Estadual da Saúde através do Departamento de Ações em Saúde (DAS), visto que Santa Cruz do Sul ainda possui lacunas no atendimento básico, realizado nos postos de saúde e ESF, não conseguindo chegar a toda população.
Essa limitação é causada, segundo Jader, principalmente pela questão populacional. “Municípios maiores costumam ter mais dificuldade, e por isso o seminário. Ele vem para fortalecer esse serviço”. Para isso, foram discutidos durante todo o dia questões como necessidades financeiras da região, a qualificação do atendimento básico, e também a otimização do Programa Mais Médicos, que seria uma das alternativas para melhorar o serviço.


Estavam presentes o Secretário municipal Carlos Behm, a Coordenadora Regional
Eliana Giehl e a Secretária estadual, Sandra Fagundes.

Estratégia de fortalecimento

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, atualmente o serviço de atenção básica através das ESF atinge apenas 35% da população, no entanto, o Secretário Carlos Behm afirma que a meta que se quer atingir até o fim do governo, é de 70%. O Programa Mais Médicos, um dos enfoques do seminário e no qual o município foi contemplado com oito profissionais, seria um facilitador.
Segundo a secretária Sandra, isso acontece porque o Mais Médicos permite ampliar as ESFs em todo o território. “Hoje já são 1.075 médicos em 379 municípios, muitos deles integrando equipes de atendimento à população”.
Outra solução, segundo Behm, é a ampliação das estratégias de saúde da família, o que deve acontecer ainda nesse ano. Serão criadas nove novas equipes, que somadas as onze já existentes totalizariam vinte equipes de saúde da família. “Dessa forma nós vamos praticamente atingir a nossa meta já nesse segundo ano de governo. O que é extremamente importante, porque o investimento e a ampliação leva um tempo até atingir a maturação”, afirmou.
Quanto à importância do Seminário para o município, Behm entende que é essencial estar discutindo a atenção básica, traçando estratégias e principalmente discutindo e buscando novo recursos. “A atenção básica é a porta de entrada no Sistema Único de Saúde, então, fortalecer a atenção básica significa prevenir e garantir um acesso mais efetivo para a população e principalmente evitar o agravamento das doenças”, explicou.
A Secretária Sandra Fagundes, concorda. Segundo ela, o Rio Grande do Sul é um dos que mais investe no financiamento do serviço, tendo como previsão orçamentária para área em 2014, cerca de R$330 milhões.


Carlos Behn: nossa meta é atingir 70% da população

Medicamentos descartados

Na oportunidade, a Secretária Sandra Fagundes, respondeu à questionamentos a respeito dos medicamentos descartados em Porto Alegre. Segundo as 60 toneladas de medicamentos que tiveram que ser descartados correspondem ao total acumulado entre 2005 e 2013. Além disso, ela afirma ser necessário observar que foram distribuídos 1,2 milhão de toneladas de medicamentos, das quais 9 toneladas foram descartas. Além disso, foram investidos R$ 608 milhões em medicamentos e R$ 4,7 milhões deles foram descartados, o que corresponde a 0,78% dos remédios.
Ela explicou ainda que o descarte zero é impossível. “Sempre haverá algum descarte até em função de epidemias”. Um exemplo é o caso do Tamiflu, medicamento usado em casos de Gripe A. Em 2012, 80% dos medicamentos descartados foram Tamiflus, adquiridos para o caso de uma epidemia. “O Estado estava preparado caso houvesse [a epidemia], o que felizmente não aconteceu, e um ano depois esse remédio teve que ser descartado porque estava vencido”, explicou.