Com menor circulação de pessoas e veículos nas ruas em função da pandemia, o Rio Grande do Sul registrou, no primeiro semestre, o menor número de mortes no trânsito desde 2007, quando o DetranRS adotou a metodologia atual de acompanhamento dos feridos em até 30 dias depois do acidente. Foram 696 mortes em acidentes de trânsito de janeiro a junho de 2020, número 14% menor do que o verificado nos primeiros seis meses do ano passado. A redução semestral é a maior desde 2016, quando as mortes haviam caído 15% em relação ao mesmo semestre do ano anterior. O balanço da acidentalidade 2020 foi divulgado na quinta-feira, 13.
Comparando-se ao primeiro semestre de 2019, verificou-se a redução da acidentalidade em todos os tipos de usuários (motoristas, pedestres, ciclistas etc.), exceto entre os motociclistas. Apesar da pandemia, o número de condutores de duas rodas mortos no semestre foi exatamente o mesmo do ano passado: 200 vidas perdidas.
Segundo o diretor-geral do DetranRS, Enio Bacci, há uma preocupação com esses condutores, muitos deles profissionais que seguiram trabalhando durante o período de isolamento social com o aumento da demanda por entregas. “Eles merecem uma atenção especial do Estado, assim como os profissionais da saúde, já que estão mais expostos, não somente ao vírus, mas também às ocorrências de trânsito, como nos mostram as estatísticas”, avaliou.
Alguns municípios destacam-se na redução da acidentalidade. Analisando-se os que registraram mais de 20 mortes na soma dos primeiros semestres de 2019 e 2020, Caxias do Sul, Pelotas e Gravataí tiveram as maiores reduções: 68%, 61% e 50%, respectivamente, representando 58 vidas preservadas no semestre somente nessas três cidades.
O registro de acidentes com morte também teve uma queda histórica. Foram 638 acidentes que resultaram em uma ou mais mortes no semestre. O número é o mais baixo da série histórica e 14% menor que no mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 740 acidentes com mortes nas ruas e rodovias gaúchas.