A segunda-feira, 3 de agosto, iniciou com a paralisação dos servidores públicos do Rio Grande do Sul – isto devido ao parcelamento do pagamento dos salários referentes ao mês de julho, que será parcelado em três vezes até o dia 25 de agosto. O parcelamento foi anunciado na última sexta-feira, 31, pelo governo do Estado, que afirmou estar “sem alternativas para superar o deficit crescente dos últimos meses”, entre outras desculpas. A Coordenação Unificada dos Servidores Públicos, a qual integra mais de 40 entidades do funcionalismo público gaúcho, aderiu às mobilizações nesta segunda-feira. Neste mesmo dia, o Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindsepe), junto com o Movimento Unificado dos Servidores Públicos, iniciaram um ato público em frente ao Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre, desde as 8 horas da manhã.
No próximo dia 18, está marcada uma assembleia geral unificada, onde os servidores decidirão sobre a possibilidade de uma greve geral. A orientação do Centro de Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) é a de que neste dia, as escolas fechem as portas. E, do dia 4 ao dia 18, façam períodos reduzidos utilizando esse tempo para conscientizar a comunidade escolar quanto ao descaso do governo com os educadores e a educação pública gaúcha. “Esta situação não prejudica somente os servidores públicos, mas toda a população. Esta crise econômica não é de hoje, mas até agora não foi apresentada nenhuma solução para geri-la, sem prejudicar os serviços e a população. Por isso, acredito que esta assembleia com certeza será a maior no Estado e ficará na história”, declarou Renato Muller, diretor do 18º Núcleo do Cpers.
Segundo o governo, na sexta-feira, foi depositada uma parcela líquida de R$ 2.150 para todos os 347 mil funcionários. “Com esse teto, 52,8% dos funcionários receberam salário integral. Há mais duas parcelas: uma de R$ 1 mil, que será depositada até 13 de agosto, e a terceira a ser paga até 25 de agosto”, informou o Executivo gaúcho, explicando que o deficit financeiro do Estado é superior a R$ 400 milhões por mês e que neste mês de agosto haverá mais uma iniciativa para o ajuste das contas públicas.
Mobilizações em Santa Cruz do Sul
No município os policiais civis aderiram à mobilização geral da categoria após o anúncio do parcelamento dos salários do funcionalismo gaúcho na última sexta-feira. Segundo o delegado regional da Polícia Civil, Julci Severo, os agentes estão autorizados a colaborar com o movimento, entretanto, os serviços não serão parados completamente. A orientação que fora dada à polícia é em relação à colaboração com as paralisações, isto é, em relação a atendimentos de ocorrências, serão realizados apenas em casos de situações mais graves, como estupros, homicídios ou crimes contra mulheres, idosos e crianças. Já os atendimentos mais leves, de contravenções penais e coisas do tipo, serão atendidos apenas através das delegacias online.
As escolas estaduais situadas no município não estão funcionando normalmente nesta segunda-feira. A maioria dos educandários do município não terá nenhum tipo de atividade durante o dia. Na Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira apenas dois professores foram trabalhar. Já na Escola Estadual Petituba, os alunos foram liberados e não terão aulas. Nas Escolas Bruno Agnes, José Mânica, Nossa Senhora de Fátima e Goiás os professores também paralisaram as atividades. Nesta terça-feira, 4, os professores pretendem trabalhar em turno reduzido até decidir o que será feito a longo prazo em assembleia geral. A direção da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Cruz avisou seus alunos através das redes sociais que estariam liberados das atividades de hoje. Além dela, as escolas Willy Carlos Frohlich e Alfredo Kliemann, também avisaram seus alunos sobre a liberação dos períodos de aula durante esta segunda-feira. A escola Luiz Dourado é uma das poucas que mantiveram atividades até a parte da manhã. Segundo o Cpers/Sindicato, haverá uma paralisação geral em todas as cidades gaúchas nesta segunda-feira. Além disso, está marcada para a próxima quarta-feira, 5, uma paralisação na Praça Central em Santa Maria, com a presença de várias cidades da região.
De todas as agências bancárias de Santa Cruz do Sul, apenas o Itaú resolveu não abrir o atendimento ao público dentro da agência e apenas os caixas de autoatendimento estão funcionando. Os demais bancos estão trabalhando normalmente. Além disso, a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros estão também trabalhando normalmente.
Jéssica Ferreira
Em paralisação, professores estaduais e representantes do Cpers estiveram em frente à 6ª Coordenadoria Regional de Educação